Resumo |
Os biocombustíveis estão ganhando um espaço cada vez maior no cenário mundial e incitam a expectativa de diminuir a emissão de poluentes e reduzir a dependência por recursos não renováveis. Este trabalho teve como objetivo a obtenção de uma celulase com potencial de aplicação em processos de produção de etanol de segunda geração. Procurou-se obter, extrair e caracterizar uma Carboximetilcelulase (CMCase) produzida pelo fungo Pycnoporus sanguineus. Avaliou-se o crescimento do mesmo utilizando como substrato palha de cana-de-açúcar e sorgo como fonte de carbono. Os substratos acrescidos com o meio mínimo foram acondicionados em sacos de polipropileno os quais foram inoculados com P. sanguineus. Os sacos foram incubados em BOD a 28 ºC. A extração da enzima foi feita com tampão citrato de sódio e agitação por uma hora, em seguida, o material foi filtrado e armazenado -4 ºC. Os ensaios de atividade foram feitos pelo método do ácido-3,5-dinitrosalicílico (DNS) e a concentração de açúcares redutores foi determinada com base na curva de calibração de glicose previamente estabelecida. Primeiramente foi realizado um ensaio para determinar a atividade celulósica total presente no extrato, com tiras de papel de filtro e atividade de CMCase foi avaliada a partir da dosagem de açúcares redutores produzidos pela degradação de carboximetilcelulose (CMC). A enzima foi caracterizada quanto ao tempo necessário para reação, determinação de pH, temperatura ótima e termoestabilidade. A CMCase foi purificada parcialmente efetuando-se uma cromatografia de exclusão molecular e uma cromatografia de troca iônica. O sorgo não propiciou um substrato de crescimento satisfatório para o fungo nas condições de cultivo estabelecidas. Entretanto, o P. sanguineus cresceu e produziu a CMCase quando cultivado na palha de cana-de açúcar. A CMCase oriunda do fungo Pycnoporus sanguineus, crescido em palha de cana-de-açúcar, exibiu melhor atividade em meios ácidos, com pH entre 3 e 4 . A enzima apresentou atividade crescente e acima de 80% na faixa de temperatura de 40-70 ºC, tendo seu melhor desempenho a 70 ºC. Em relação à termoestabilidade, a atividade relativa foi superior a 90% nas primeiras 12 horas de incubação, mantendo-se estável por 36 horas, e possuindo atividade residual de 32% após 84 h, a 70 ºC e em pH 4. Os resultados indicaram que a enzima CMCase do fungo P. sanguineus têm um elevado potencial para ser utilizada em processos industriais, inclusive aqueles que requerem altas temperaturas. |