Resumo |
Um dos maiores problemas no ensino de engenharia é o despreparo pedagógico dos docentes que, normalmente, ministram suas disciplinas reproduzindo os métodos de ensino com os quais foram educados, utilizando-se, frequentemente, de aulas excessivamente expositivas, técnicas e baseadas na memorização. No entanto, o mercado de trabalho atual exige dos engenheiros, além do conhecimento técnico, versatilidade, conhecimentos mais amplos e interdisciplinares e preocupação com os aspectos ambientais, sociais e econômicos. Para que sejam formados engenheiros com o novo perfil requerido, é necessário modernizar o processo de ensino e aprendizagem nos cursos de Engenharia. Uma maneira dos docentes tornarem o ensino mais eficiente e prazeroso é conhecerem como os estudantes retêm o conhecimento e a partir disso adaptarem suas aulas, de modo que as informações transmitidas possam ser compreendidas e "apreendidas" pela maior parte dos estudantes. Nesse sentido, existem vários modelos, elaborados por diferentes autores, que buscam caracterizar os estilos de aprendizagem dos indivíduos. Dentre eles, o modelo de Felder-Silverman que divide o aprendizado em quatro etapas: percepção, entrada, processamento e compreensão da informação. Em cada uma dessas etapas, o aprendiz pode assumir uma posição numa escala entre dois comportamentos antagônicos e dessa forma delinear seu estilo de aprendizagem. A dimensão de percepção da informação contempla os sensoriais e os intuitivos. Visual e verbal são estilos relacionados com o tipo de captação da informação. Os estudantes ativos processam melhor a informação enquanto executam alguma atividade; já os estudantes reflexivos precisam compreender para experimentar. Os estudantes sequenciais aprendem melhor quando os conteúdos são apresentados de forma linear, enquanto os globais compreendem primeiro o todo e depois as partes. Para descobrir o estilo de aprendizagem, aplica-se o teste Index of Learning Styles (ILS) que consiste em 44 perguntas com duas alternativas de resposta, que ao final indicam as preferências dos respondentes quanto ao processo de aprendizagem. Visto isso, o objetivo geral deste trabalho é determinar os estilos de aprendizagem dos alunos de Engenharia Química desta Universidade e identificar estratégias de ensino mais adequadas à formação desses discentes. Além disso, busca-se verificar se há alguma relação estatística entre o estilo de aprendizagem e o perfil socioeconômico do indivíduo. Ao longo da execução do projeto, percebeu-se que os alunos de Engenharia Química desta Universidade apresentam estilos de aprendizagem equilibrados, em sua maioria, o que facilita a formação eficiente dos mesmos, não sendo observada nenhuma influência significativa das características socioeconômicas dos estudantes em sua maneira de aprender. |