Resumo |
O microencapsulamento tem se apresentado como uma tecnologia alternativa viável para solucionar dificuldades na incorporação de alguns ingredientes e aditivos em alimentos. Esta metodologia pode ser utilizada no controle de micro-organismos para obtenção de alimentos mais saudáveis. O objetivo deste trabalho foi realizar o microencapsulamento de bacteriófagos, como alternativa no biocontrole de Salmonella, para uso na cadeia produtiva de frangos de corte, incorporados na ração. Para o microencapsulamento utilizando Spray Dryer, foram preparadas três soluções de 600 mL com 5 % de encapsulante e 1,5 % de pool de bacteriófago, utilizando 3 matrizes encapsulantes, a saber: maltodextrina (MD), milk protein concentrate (MPC) e whey protein concentrate (WPC), e duas soluções de 400 mL com as seguintes proporções: 1 % de goma xantana e 1,5 % de bacteriófago, e 1 % de goma guar e 1,5 % de bacteriófago. Procedeu-se também ao microencapsulamento dos fagos utilizando liofilização na matriz MD a 5 % e 1,5 % de pool de fagos. A viabilidade dos bacteriófagos encapsulados utilizando MD, MPC e WPC, secos no Spray Dryer foi determinada durante dois meses de armazenamento. Procedeu-se também à avaliação da viabilidade dos bacteriófagos microencapsulados quando expostos às condições típicas do trato gastrointestinal. Aproximadamente 1 grama de microencapsulado em pó de MD, MPC e WPC foi solubilizado em 10 mL de água destilada estéril procedendo-se em seguida a diluições seriadas em solução tampão fosfato salino. Destas soluções, foram recolhidos 100 µL e dispensados em 900 µL de tampão SM, ajustado para os pH’s 2, 3, 4 e 5, com ácido clorídrico (1 N). Das últimas diluições, foram retirados 100 μL e adicionados em tubos contendo 5 mL de caldo TSA a 0,7 % de ágar-ágar, juntamente com 100 μL de uma cultura ativa de Salmonella Enteretidis, e imediatamente vertidas em placas contendo ágar base de TSA solidificado, seguido de incubação a 37 ºC por 24 horas. No microencapsulamento utilizando Spray Dryer obteve-se a formação de um pó fino para as matrizes MD, WPC e MPC. As gomas não puderam ser secas por formarem soluções muito viscosas. Na liofilização da MD, obteve-se um gel pastoso, fugindo aos objetivos deste estudo. No teste de viabilidade do fago microencapsulado, foi observado redução de 2 ciclos log na contagem do bacteriófago após passar pelo processo de secagem para todas as matrizes. Observou-se um decaimento menor na viabilidade dos fagos ao longo dos dois meses de teste, quando encapsulados com o WPC. Quando submetidos às condições do trato gastro-intestinal, os microencapsulados de MD não foram eficientes na proteção do fago ao baixo pH, diferentemente das outras matrizes em que os bacteriófagos não reduziram o título quando expostos aos pH’s 2, 3, 4 e 5. Conclui-se que o microencapsulamento utilizando Spray Dryer permite a formação de um pó que pode ser incorporado à ração e administrado a frangos de corte, sendo a matriz WPC a mais indicada. |