Resumo |
Introdução: O uso abusivo do álcool traz sérios problemas aos usuários, como alterações orgânicas e fisiológicas, capaz de afetar todas as células do organismo além de leva-los ao sobrepeso. O fígado é o órgão que sofre os efeitos mais significativos advindos dessa dependência. Objetivo: Estabelecer relações entre atividade física e a melhora das funções hepáticas no processo de reabilitação alcoólica, a partir de uma revisão bibliográfica. Metodologia: A estratégia de busca baseou-se na consulta a base de dados PubMed utilizando os descritores aerobic exercise and alcohol; heavy drinkers; fat and alcohol; rats and fat and alcohol, de forma combinada. Foram incluídos somente artigos publicados nos cinco últimos anos, em inglês, realizados com animais e que apresentavam em sua metodologia a relação do efeito do álcool e da atividade física sobre o fígado, no que se refere às doenças hepáticas e excesso de gordura. Resultados: Estudos em ratos têm demonstrado que as doenças hepáticas associadas ao alcoolismo podem abranger quadros como esteatoses, cirroses e carcinoma hepatocelular, além de alterações significativas em marcadores bioquímicos. As análises mais decorrentes são feitas a partir do soro sanguíneo, utilizando colesterol total (CT), triglicérides, high-density lipoprotein (HDL), low-density lipoprotein (LDL), glicose, gamaglutamil transferase (GGT), alanina aminotransferase (ALT) e aspartato aminotransferase (AST). No organismo animal a gordura é estocada sob a forma de triglicérides constituindo o tecido adiposo, depositados principalmente nas regiões subcutânea, visceral e do epidídimo. Pequenas quantidades estão presentes na circulação sanguínea como ácidos graxos, transportados por partículas lipoproteicas (HDL, LDL, VLDL), e nas fibras musculares. Outros estudos relacionam os elevados índices de ácidos graxos no plasma e o acúmulo de gordura intramuscular com os processos de resistência à insulina, a diabetes tipo 2, e com o processo inflamatório devido à liberação de citocinas por macrófagos. Em casos extremos, desencadeia a obesidade. Tem sido observado o uso da atividade física como auxiliar terapêutico ao processo de reabilitação alcoólica, modulador do processo inflamatório e da obesidade, devido aos seus efeitos positivos nas desordens mentais e metabólicas. As alterações decorrentes da atividade física são: diminuição do estresse, ansiedade e depressão, melhora do humor e concentração, seguidas por uma melhora da coordenação motora, redução no processo inflamatório do tecido adiposo por influxo de macrófagos e perda de peso. Conclusão: Sugere-se a prática da atividade física como coadjuvante à manutenção da saúde e auxiliar no processo de reincidência. Esta pode resultar em uma melhora na qualidade de vida do dependente, além de aumentar a atividade das enzimas hepáticas envolvidas no metabolismo do álcool, podendo reverter os efeitos danosos do álcool devido ao seu mecanismo regulatório de feedback no metabolismo. |