Resumo |
Do ponto de vista econômico, um terço da produção mundial de grãos depende da visita de animais às flores, contribuindo com a polinização. Assim sendo, dentro da ideia de desenvolvimento de práticas agrícolas economicamente viáveis, ecologicamente sustentáveis e socialmente justas, o uso de abelhas sem ferrão para polinização no interior de estufas, enquadra-se perfeitamente nos temas relacionados à diversificação e melhor uso dos recursos naturais, contribuindo para o aumento da produção agrícola, reduzindo os custos de produção e valorizando a preservação das abelhas sem ferrão. Neste trabalho foi realizado o acompanhamento de cinco colônias de Melipona quadrifasciata no interior de uma estufa com aproximadamente 100m² e 4m de altura, localizada no campus da Universidade Federal de Viçosa, para verificar a adaptação destas abelhas nativas a estas condições e promover a visitação das flores do tomateiro durante o período de primavera/verão em 2012. As cinco colônias utilizadas no estudo enfraqueceram com a perda de muitas operárias devido a dificuldade de orientação (estufa sem objetos para orientação: média de 144 abelhas mortas por colônia; com objetos para orientação: média de 99 abelhas mortas por colônia) e pelas elevadas temperaturas na estufa (médias diárias entre 20 e 40°C), que causou a morte de uma delas . Portanto, este trabalho constatou que a utilização de abelhas sem ferrão em estufa foi fortemente afetada pela orientação das abelhas, como a altura, luz difusa em seu interior e principalmente pela elevada temperatura nos horários mais quentes do dia, durante o período de primavera/verão em Viçosa. Deste modo, constatou-se que para uma melhor adequação das condições ambientais das estufas para o forrageio das abelhas durante a primavera/verão, faz-se necessário o uso de algum sistema de aclimatação interna, como o uso de ventilação, sombrite sobre a estufa ou mesmo de plástico menos difusor de luz e especialmente dispor no interior da estufa de objetos que sirvam de pontos de referência para o voo das forrageiras. |