Resumo |
Em busca de formas mais atraentes de construir e reconstruir novos conhecimentos, a equipe do projeto Matemática para a vida: criando um novo cenário para o ensino-aprendizagem realiza encontros semanais com três grupos de alunos, totalizando 93 adolescentes, da rede pública de ensino na cidade de Teixeiras-MG. Durante esses encontros são recordados alguns conteúdos matemáticos, sucedidos de atividades lúdicas que estimulam o interesse, a curiosidade, o espírito de investigação e o desenvolvimento da capacidade para resolver problemas. Nessas atividades a equipe de trabalho fica atenta às estratégias utilizadas pelos alunos e se nelas há relação entre o conhecimento de mundo do aluno com o tema matemático estudado. Assim, podem desenvolver uma visão crítica e construtiva em relação ao pensar matemático para os problemas propostos, o que já resultou numa notória melhora no rendimento escolar. No início das atividades aplicamos uma avaliação diagnóstica contendo doze (12) questões que abordaram conteúdos de geometria plana e de geometria espacial na qual os alunos obtiveram o aproveitamento médio de 54,50%. Com base nas principais dificuldades detectadas iniciamos pesquisas bibliográficas e elaboramos materiais didáticos visando uma melhoria no desenvolvimento escolar dos alunos participantes. No mês maio de 2013 aplicamos outra avaliação diagnóstica, seguindo a mesma linha da primeira, na qual obtiveram o aproveitamento médio de 77,67%. Apresentamos dois exemplos elucidativos de fatos ocorridos durante algumas aulas de geometria espacial: com o intuito de classificar os poliedros quanto ao número de faces, alguns alunos associaram a nomenclatura do número de títulos dados aos times de futebol com o número de faces dos poliedros (tetraedro com tetracampeão, hexaedro com hexacampeão); durante uma atividade em que cada aluno deveria apresentar a planificação de superfícies poliédricas distribuídas aleatoriamente, uma aluna desenvolveu uma estratégia que resolveu o seu problema com perfeição. Ao se deparar com um paralelepípedo oblíquo, ela apoiou a superfície do sólido sobre a folha de papel e com um lápis contornou cada uma de suas faces. Mesmo que para alguns esta estratégia pareça óbvia, nenhum outro aluno das três turmas apresentou uma solução tão criativa e eficaz. Assim, o contato com uma matemática de forma mais contextualizada permite que os estudantes criem referências e desenvolvam a memória visual, o sentido crítico, o raciocínio lógico, a intuição matemática, além de aumentar a criatividade e a persistência dos estudantes nas tarefas escolares. Além disso, traz a oportunidade de interação entre professores e estudantes dos cursos de Licenciatura em Matemática, aproximando-os da realidade do ensino nas escolas públicas. |