Resumo |
O queijo Minas Frescal é um dos queijos mais populares no Brasil, porém, por ser um produto fresco, é extremamente vulnerável à deterioração microbiana devido ao baixo teor de sal e alto teor de água na sua composição. Portanto, o seu armazenamento deve ser refrigerado. Os principais micro-organismos envolvidos na deterioração de alimentos refrigerados são as bactérias do gênero Pseudomonas. É comum a ocorrência de Pseudomonas em produtos lácteos deteriorados, entre eles o queijo Minas Frescal. Esses micro-organismos são capazes de produzir enzimas que alteram as propriedades inerentes ao produto. O objetivo deste trabalho foi isolar e caracterizar através de testes bioquímicos e moleculares Pseudomonas spp. de queijo Minas Frescal disponíveis no comércio local, produzidos em diferentes épocas e unidades processadoras. Foram obtidas 45 estirpes bacterianas isoladas em meio de cultura ágar cetrimide, incubadas a 30 ºC durante 48 horas. Todas as estirpes foram submetidas à testes bioquímicos para caracterização preliminar, através dos seguintes testes de confirmação: oxidase, citrato de Simmon’s, catalase, indol, motilidade, produção de H2S, coloração de Gram e morfologia. Das estirpes analisadas, 66,7 % apresentaram perfil bioquímico compatível para Pseudomonas spp. Para confirmação definitiva do gênero, as estirpes que apresentaram perfil compatível foram submetidas à caracterização molecular, realizada por amplificação do fragmento na região 16S ribossomal (rDNA) pela técnica da Reação em Cadeia da Polimerase (PCR) utilizando os seguintes primers: PA-GS-F (5’GACGGGTGAGTAATGCCTA3’) e PA-GS-R (5’ CACTGGTGTTCCTTCCTATA 3’). Das estirpes analisadas, 46,7 % foram confirmadas como típicas do gênero Pseudomonas. A elevada ocorrência de Pseudomonas spp. em queijos Minas Frescal demonstra deficiência durante a fabricação desse produto. Esta contaminação pode ser resultante durante o processamento e pós processamento associado à práticas higiênico sanitárias inadequadas e armazenamento inadequado. |