Ciência, saúde e esporte: conhecimento e acessibilidade

21 a 26 de outubro de 2013

Trabalho 243

ISSN 2237-9045
Instituição Universidade Federal de Viçosa
Nível Graduação
Modalidade Pesquisa
Área de conhecimento Ciências Humanas e Sociais
Área temática História política e cultura
Setor Departamento de Economia Doméstica
Bolsa PIBIC/CNPq
Conclusão de bolsa Sim
Apoio financeiro CNPq
Primeiro autor Daiane Lourenço da Silva
Orientador RITA DE CASSIA PEREIRA FARIAS
Título Mês Feminino: um ensaio sobre a inserção de mulheres na ESAV
Resumo A pesquisa trata de uma análise histórica sobre o Mês feminino, a partir de documentos do Acervo Histórico da UFV. Os dados evidenciam que na década de 1920, o Brasil passava por modificações no setor econômico, mediante a transição de uma economia eminentemente agrária para o modelo industrial, principalmente em São Paulo. Como Minas Gerais não havia alcançado desenvolvimento industrial semelhante ao paulista, buscou consolidar sua “vocação agrária”, mediante a implantação da Escola Superior de Agricultura e Veterinária – ESAV (atual UFV), instituída em 1922, que favoreceria a introdução de tecnologias e desenvolvimento de práticas agropecuárias modernizantes. O convênio firmado com a Universidade de Purdue traria benefícios para a manutenção da elite agrária, bem como para a consagração do modo de vida americano. A partir da implantação da escola agrária, por meio do saber acadêmico e uso de tecnologias, Minas Gerais passou por um processo de modernização e constituição de uma elite agrária letrada, que viabilizaria a implantação do modelo agrário exportador e o desenvolvimento do país. Para que houvesse a consolidação dessa elite agrária rural letrada, era imprescindível que agrônomos e Veterinários contraíssem matrimonio com moças também detentoras de um saber científico e que se identificassem com atividades rurais (Lopes, 1995). Assim, as autoridades da época viram a necessidade de “criar um curso superior para mulheres, que não confrontasse com as expectativas socialmente construídas em relação ao lugar da mulher na sociedade” (FARIAS, 2012). O primeiro ensaio para a implantação do curso feminino se deu mediante a idealização do chamado "Mês Feminino", destinado às esposas e filhas dos fazendeiros. Esse evento, que foi realizado entre 1935 a 1937, contou com a participação de 212 mulheres no primeiro, 364 no segundo e 370 no último. Como o Brasil é um país calcado em bases patriarcais, para manter a dominação dos homens sobre as mulheres, as atividades do Mês Feminino tiveram foco nos afazeres domésticos, no cuidado familiar e nas atividades agrícolas. Assim, as alunas contaram com cursos sobre sociologia rural, intercambio escolar, educação profissional feminina, dietética infantil, enfermagem e puericultura, métodos de corte e costura, além de práticas de culinária, laticínios, apicultura, floricultura, arranjos domésticos e escolha de boas sementes. O Mês Feminino estimulou as esposas dos professores a darem continuidade aos ensinamentos transmitidos no evento, mediante a criação da “Associação Feminina Effie Rolfs”, em 1936, com o intuito de promover a assistência social na comunidade universitária. O êxito alcançado com o Mês Feminino foi de suma importância para a implantação de um curso superior para mulheres, o de Economia Doméstica, idealizado em uma instituição criada por homens para homens, que se tornou a primeira, em âmbito nacional, a possuir um curso superior voltado para as mulheres, que iniciou seu funcionamento em 1952.
Palavras-chave História da ESAV, elite agrária, gênero
Forma de apresentação..... Painel
Gerado em 0,70 segundos.