Ciência, saúde e esporte: conhecimento e acessibilidade

21 a 26 de outubro de 2013

Trabalho 242

ISSN 2237-9045
Instituição Universidade Federal de Viçosa
Nível Graduação
Modalidade Pesquisa
Área de conhecimento Ciências Humanas e Sociais
Área temática Geografia humana
Setor Departamento de Geografia
Conclusão de bolsa Não
Apoio financeiro CNPq
Primeiro autor Higor Mozart Geraldo Santos
Orientador MARIA ISABEL DE JESUS CHRYSOSTOMO
Título O discurso geográfico à serviço da propaganda imigratória: considerações sobre a obra Lo Stato de Minas Geraes
Resumo No final do século XIX, com a finalidade de equacionar o problema da escassez de força-de-trabalho, o governo mineiro promulgou a Lei de 18 de julho de 1892, responsável por estabelecer as diretrizes para a introdução de imigrantes em Minas Gerais. Mas como atraí-los? Conforme análise de leis e periódicos da época, verificamos que o governo respondeu a esse questionamento não só através da criação de infraestruturas, mas também por meio de ações propagandistas. Entre tais ações destacamos a publicação, em 1896, de uma obra destinada a incensar as vantagens que Minas ofertaria aos imigrantes. Trata-se do opúsculo Lo Stato di Minas Geraes, distribuído gratuitamente na Europa e escrito em italiano por David Moretzsohn Campista – então superintendente do Serviço de Imigração no estado. Diante do contato com a obra, nosso objetivo foi o de identificar se os argumentos nela utilizados se ancoravam em questões territoriais. Analisamos todo conteúdo, com atenção especial para as passagens que remetiam ao território. Constatamos que uma das singularidade que diferencia este opúsculo dos outros do gênero é o fato do mesmo ter sido escrito na forma de perguntas e respostas. Em decorrência disso, notamos que o texto pode ser lido como um grande diálogo. As várias perguntas e respostas conferem um certo caráter pedagógico/didático à obra. Afinal, a nosso ver, essa estruturação foi utilizada não apenas para favorecer a leitura, mas também com o objetivo de ensinar aos europeus sobre as ditas soberbas riquezas encontradas em Minas. Ao mergulharmos nos escritos, verificamos que há uma grande preocupação em valorizar a extensão do território e em enaltecer seus respectivos atributos, tais como: amenidade climática, fertilidade dos solos, presença de estradas de ferro, riquezas minerais, entre outros. Ou seja, tratava-se de um enredo que diversas vezes gravitava em torno de aspectos territoriais. No entanto, a propaganda não se restringia à mera descrição: várias das informações eram reforçadas através de imagens, números, comparações e depoimentos de célebres figuras europeias. Em nossa ótica, estes eram artifícios utilizados para tornar as palavras grafadas mais críveis e sedutoras. Mas além disso, outro aspecto nos chamou atenção: após os diferentes capítulos destinados a ressaltar as qualidades do território, especulamos que o europeu já extasiado e desejoso de desfrutar de um auspicioso futuro em Minas, pudesse se questionar: “Quais são os benefícios que este estado me oferece?” Atento a essa possibilidade, o autor dedica o último capítulo a versar sobre a imigração. Era este o grand finale de uma obra caracterizada por um jogo de perguntas e respostas; por um jogo de sedução territorial. Portanto, diante das análises nesse livro, consideramos que Campista valeu-se de um discurso eivado de questões que aludiam ao território. Essa era uma das tentativas utilizadas com a finalidade de atrair trabalhadores para atividades agrícolas e industriais.
Palavras-chave Imigração, Propaganda, Discurso Geográfico
Forma de apresentação..... Oral
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