Resumo |
As bactérias pectinolíticas dos gêneros Pectobacterium e Dickeya, agentes causais das doenças conhecidas como podridão-mole e canela-preta da batata, estão entre os principais patógenos da cultura, ocasionando perdas econômicas consideráveis em todo o mundo. Apesar de não existirem cultivares comerciais imunes a estas doenças, existe uma considerável variabilidade com relação a resistência parcial das diferentes cultivares. Apesar da importância deste conhecimento para o manejo efetivo da doença no campo, poucos estudos tem sido desenvolvidos com o intuito de melhor entender as respostas das diferentes cultivares brasileiras à infecção por este complexo de espécies. Portanto, este trabalho caracterizou a nível patogênico a resposta de diferentes cultivares de batata na interação com quatro espécies pertencentes a este complexo. Em outras palavras, a resposta de defesa das cultivares Ágata, Asterix, Atlantic, Cupido e Emeraude e a virulência das espécies bacterianas Pectobacterium carotovorum, P. atrosepticum, P. brasiliensis e Dickeya chrysanthemi foram avaliadas através da inoculação de mini-tubérculos e hastes de plantas jovens de batata. Para estudo, a identidade dos isolados bacterianos foi confirmada através de PCR com oligonucleotídeos específicos a nível de gênero e espécie seguido da transformação por eletroporação, com o plasmídeo pPROBE-AT-GFP, a fim de quantificar o crescimento populacional bacteriano nos tecidos infectados. Houve interação significativa entre cultivares e espécies bacterianas estudadas tanto para maceramento de tubérculo quanto comprimento de lesão em hastes. As cultivares avaliadas apresentaram diferentes níveis de resistência parcial em resposta à infecção pelas diferentes espécies bacterianas, variando de acordo com o órgão da planta infectado. Enquanto a cultivar Ágata foi mais suscetível a podridão do tubérculo quando comparada às demais, suas hastes apresentaram os menores comprimentos de lesões, não diferindo significativamente da cultivar Emeraude e Asterix. Pectobacterium brasiliensis foi a espécie bacteriana que apresentou maior virulência em relação às demais, independentemente da cultivar e órgão vegetal analisados. Em contrapartida, Dickeya chrysanthemi apresentou-se como a espécie menos virulenta em todas as cultivares testadas, diferindo-se das demais. De modo geral, os resultados obtidos aqui mostram que as cultivares brasileiras apresentam resistência parcial diferenciada em resposta a infecção por espécies de bactérias pectinolíticas. |