Resumo |
A obesidade, condição de baixo nível inflamatório, se relaciona com alterações metabólicas e cardiovasculares. O objetivo foi avaliar a relação entre células brancas e lipídeos séricos, em adolescentes eutróficos e com excesso de peso. Trata-se de um estudo transversal, com 362 adolescentes de 15 a 19 anos de idade. Aferiu-se peso, estatura, calculou-se o Índice de Massa Corporal de acordo com a World Health Organization (2007). O percentual de gordura corporal (% GC) foi estimado por bioimpedância elétrica e classificado segundo Lohman (1992). Realizou-se exames de leucograma e contagem de plaquetas e perfil lipídico. As análises foram feitas no programa SPSS, versão17.0 e no software Epi Info, versão 3.5.1. Foi utilizado o teste Kolmogorov-Smirnov; teste t de Student ou Mann Whitney; correlação de Pearson ou de Spearman e qui-quadrado, com significância de p < 0,05. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética da UFV. Do total de adolescentes, 54,1% era do sexo feminino e 20,7% apresentaram excesso de peso. Para todos os parâmetros, foram encontrados maiores valores nos adolescentes com excesso de peso (p<0,05), com exceção do HDL e monócitos. As correlações entre as células brancas do sangue e plaquetas com os lipídeos séricos e gordura corporal foram positivas, com exceção dos monócitos que apresentaram correlação negativa com o IMC, e os bastonetes com o IMC e gordura corporal. O estado nutricional dos adolescentes apresentou associação apenas com HDL (p<0,001), triglicerídeos (p=0,004) e CT/HDL (p=0,001). O grupo dos com excesso de peso teve maior chance de apresentar baixos níveis de HDL (OR=2,43; IC 95%=1,4-4,23; p<0,001) e hipertrigliceridemia (OR=2,44; IC 95%=1,24-4,79; p=0,004). Nota-se uma relação entre células brancas, lipídeos séricos e gordura corporal, sendo necessária a adoção da prevenção primária da saúde na adolescência e o tratamento adequado do excesso de peso, quando presente, para cada situação, juntamente com incentivo à prática de atividade física. |