Resumo |
Na avicultura industrial de postura os componentes protéicos das rações representam cerca de 40 a 45% do custo das formulações, sendo sua eficiência de utilização dependente da quantidade, composição e digestibilidade de seus aminoácidos, os quais são exigidos em níveis específicos pelas aves. O atendimento das exigências de aminoácidos baseado no fornecimento de proteína bruta resulta em rações com níveis de aminoácidos superiores às exigências das aves. A redução dos níveis dietéticos de proteína bruta acompanhada da suplementação de aminoácidos industriais tem se tornado prática comumente adotada por nutricionistas. No entanto, a questão que permanece é o quanto se pode reduzir no nível dietético de proteína, sem prejudicar o desempenho das aves. Frente a este contexto, foi conduzido um experimento no Setor de Avicultura do Departamento de Zootecnia da Universidade Federal de Viçosa com objetivo de avaliar os efeitos da redução dos níveis de proteína bruta de dietas sobre o desempenho e qualidade de ovos de poedeiras leves de 24 a 40 semanas de idade. Foram utilizadas 240 aves da linhagem Hy-Line W36, distribuídas em delineamento inteiramente casualizado, composto por cinco tratamentos, oito repetições e seis aves por unidade experimental. Os tratamentos foram constituídos pelos níveis decrescentes de proteína bruta: 17; 16; 15; 14 e 13%. Para determinar o efeito dos tratamentos sobre o desempenho produtivo e qualidade dos ovos das aves foram avaliados as seguintes variáveis: consumo de ração, produção de ovos, peso de ovo, massa de ovos, conversão alimentar por massa e dúzia de ovos, viabilidade, ganho de peso, peso e porcentagem de albúmen, gema e casca. Verificou-se efeito da redução dos níveis de proteína bruta sobre a produção de ovos, peso dos ovos e massa de ovos e conversão alimentar por massa de ovos (P<0,05). O nível dietético de 13% de proteína bruta proporcionou menor produção de ovos (P<0,05) em comparação aos demais tratamentos, embora não tenha sido diferente do nível de proteína de 14%. Com relação ao peso dos ovos, observou-se que os níveis de proteína bruta de 14% e 13% proporcionaram menor peso de ovo (P<0,05), quando comparados ao nível de 17% de proteína bruta. Verificou-se que a redução de proteína bruta das dietas até o nível de 15% não afetou (P>0,05) negativamente a massa de ovos. Os níveis de 15%, 14% e 13% proporcionaram piora na conversão alimentar por massa de ovos em comparação ao nível de 17%, correspondendo a um aumento no valor desta variável de 3,78%, 5,82% e 7,77%, respectivamente. As demais variáveis de desempenho produtivos não foram influenciadas pelos níveis de proteína da dieta. Quanto à qualidade dos ovos, verificou-se que a redução de proteína bruta das rações de 17 para 16% não influenciou (P>0,05) o peso de albúmen e peso de gema. É possível reduzir em até 16% o nível de proteína bruta da dieta de poedeiras leves de 24 a 40 semanas, sem alterar o desempenho produtivo e a qualidade de ovos das aves. |