Ciência, saúde e esporte: conhecimento e acessibilidade

21 a 26 de outubro de 2013

Trabalho 214

ISSN 2237-9045
Instituição Universidade Federal de Viçosa
Nível Graduação
Modalidade Pesquisa
Área de conhecimento Ciências Humanas e Sociais
Área temática Geografia humana
Setor Departamento de Geografia
Bolsa FAPEMIG
Conclusão de bolsa Sim
Apoio financeiro FAPEMIG
Primeiro autor Dayana Debossan Coêlho
Orientador MARIA ISABEL DE JESUS CHRYSOSTOMO
Título Da fazenda ao bairro: a construção de uma Nova Viçosa (1970-2000)
Resumo O trabalho “Da fazenda ao bairro: a construção de uma Nova Viçosa (1970-2000)” apresenta um estudo sobre o nascimento de Nova Viçosa, localizado na periferia da cidade. Esta pesquisa tem como objetivo principal problematizar o discurso de fundação de Nova Viçosa, efetuado pelos sujeitos responsáveis e envolvidos no seu processo de constituição. Também procuramos discutir a idealização e propaganda na construção de Nova Viçosa. Para embasar nossas reflexões, adotamos como recorte temporal a década de 1970, momento em que a cidade passa por transformações espaciais significativas em função da federalização da universidade, do desenvolvimento do mercado fundiário, e da mudança na estrutura demográfica. Finalizamos nossa análise em 2000, quando este bairro se encontrava totalmente instalado. A pesquisa se apoia em levantamento realizado nos principais jornais da cidade, em entrevistas semiestruturadas e em bibliografia especializada no tema espaço urbano. Nova Viçosa foi lançado na cena pública em quatro de maio de 1978, sendo que na oportunidade a Construtora Chequer assinalou a sua responsabilidade quanto à demarcação e venda dos lotes e instalação de infraestrutura. Antônio Chequer, proprietário da Construtora, prometeu aos pobres migrantes que se deslocaram para o bairro a possibilidade de conquistar o sonho da casa própria, doando alguns lotes ou vendendo-os a preços módicos. A promessa de uma nova vida, começou a ser propagandeada a partir de vinte e oito de maio de 1978, quando o Jornal Integração inicia uma intensa propaganda de venda de terrenos no bairro. Como constatado em entrevista, um anúncio também foi exibido no rádio sobre o loteamento. Seu conteúdo convocava a população da região para morar em Nova Viçosa, assim como fazer parte do progresso da Construtora Chequer, adquirindo os “excelentes imóveis” por ela ofertados. No entanto, a despeito do discurso propalado por Chequer, ao chegar ao bairro os migrantes se deparam com um local marcado pela total precariedade. Faltavam vias de acesso e as existentes não possuíam pavimentação e, além disso, não estavam instalados os serviços de energia elétrica, água tratada e esgoto como fora prometido. Os migrantes que tinham a esperança de encontrar na “nova” Viçosa um bairro com um mínimo de infraestrutura, vivenciaram ao chegar no local uma dura realidade, passando a enfrentar por vários anos problemas como de falta de água, luz e transporte público. É importante frisar que a Construtora em 1976, no anúncio de venda de lotes nos bairros João Braz e Santa Clara, foi categórica ao afirmar no jornal Integração que era a única empresa que entregava lotes com luz, água, calçamento e esgoto. Entretanto, em Nova Viçosa a alocação de infraestrutura não ocorreu, sendo os migrantes atraídos por esta falsa promessa. Portanto, consideramos que a propaganda foi uma estratégia empregada por Chequer para se apropriar do espaço de Nova Viçosa e divulgar seu empreendimento imobiliário na região.
Palavras-chave discurso, propaganda, Nova Viçosa
Forma de apresentação..... Painel
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