Resumo |
Poucos estudos têm sido realizados utilizando a diversidade natural de acessos dentro de uma mesma espécie, como uma forma alternativa de verificar respostas fisiológicas e metabólicas que afetam o crescimento e a produção de biomassa. Neste trabalho, acessos de pimenta (Capsicum chinense Jacq.), oriundos de vários estados brasileiros, foram utilizados na avaliação de respostas fisiológicas e metabólicas que influenciem significativamente o crescimento e a produtividade da pimenta. O principal objetivo deste estudo foi determinar a densidade estomática em folhas de 49 acessos de pimenta e verificar a relação existente com parâmetros de crescimento como, altura de planta e taxa de crescimento relativo; parâmetros fisiológicos, como fotossíntese, respiração e florescência da clorofila a; e metabólitos relacionados com o metabolismo primário. Para quantificar a densidade estomática foram confeccionados moldes a partir da superfície abaxial da folha utilizando resina odontológica, às 8 h da manhã. Posteriormente, foram feitas cópias dos moldes de resina utilizando esmalte incolor para o preparo de lâminas que foram observadas em microscópio óptico. Em seguida, campos de 0,376 mm² foram fotografados para realizar a contagem do número de estômatos presentes na folha e foi calculada a densidade estomática. A avaliação dos dados foi baseada em impressões de resinas odontológicas de quatro plantas individuais, sendo que de cada molde foram feitas 20 fotografias. Após a determinação da densidade estomática em todos os acessos da população, foi analisada a correlação da densidade estomática com parâmetros fisiológicos e metabólicos anteriormente realizados. Verificou-se que a densidade estomática se correlaciona positivamente com altura da planta, a taxa de crescimento vegetativo, o peso seco do fruto, a fotossíntese, o quenting não fotossintético e o fumarato. Surpreendentemente, não foram observadas correlações significativas entre a densidade estomática e a condutância estomática, a concentração interna de CO2 e a transpiração. Apesar da análise estatística dos resultados revelar variabilidade genética em termos de densidade estomática dentro da população estudada, permanece a necessidade de estudos mais detalhados para melhor compreensão dos mecanismos que conectam os resultados. |