Resumo |
A salinidade do oceano é em média de 35%, o que significa que em cada litro de água do mar existem 35g de sais dissolvidos, dos quais a maior parte é o sal comum (cloreto de sódio), que a torna mais densa e imprópria ao consumo humano. Em contraste, a água doce possui em sua composição níveis de sais minerais não tão elevados quanto à água do mar e é, portanto, menos densa. O objetivo desse trabalho foi testar a hipótese de que por ser mais densa do que a água doce, a água salgada afeta a locomoção de seres marinhos, exigindo maior gasto energético. Para simular o efeito do sal na densidade da água foram utilizadas duas garrafas PET contendo 1,5 L de água, uma nomeada PET D (água doce) e a outra chamada PET S (água salgada). Nessa última foram adicionados 35g de sal para simular a salinidade I e depois, mais 15g para simular a salinidade II. Para simular um ser vivo, foi utilizada uma garrafa PET de 237 ml cheia de água, denominada PET A. A PET A primeiramente foi delicadamente colocada dentro da PET D, anotando-se a sua distância final em relação ao fundo da garrafa. Depois, a PET A foi colocada dentro da PET S, contendo solução aquosa com salinidade I, anotando-se novamente o distância final da PET A em relação ao fundo da PET S. O mesmo procedimento foi realizado para a salinidade II e o experimento foi repetido 4 vezes. Os resultados obtidos mostraram que a PET A afundou totalmente na PET D, tocando o fundo. Já na PET S com salinidade I, a PET A ficou flutuando a uma distância média de 3,5 cm em relação ao fundo enquanto que na PET S salinidade II, ela flutuou a 7,5 cm. Considerando a PET A como um organismo vivo, ele deveria gastar mais energia para se locomover na água salgada do que na água doce, a determinada profundidade, porque tem que superar a força do empuxo exercido pela densidade da água. No caso dos peixes, a bexiga natatória atenua esse gasto de energia, uma vez que auxilia o animal na locomoção em profundidade. Quanto mais profundo ele estiver na coluna d’água, menos ar a bexiga natatória conterá e vice-versa. Mas, como na água salgada o empuxo é maior, esse peixes terão que realizar um esforço maior para se locomover em profundidade, mesmo fazendo uso de suas bexigas natatórias, se comparados aos de água doce. É então possível que o gasto energético dos animais marinhos seja maior do que os de água doce, devendo haver adaptações morfológicas, fisiológicas e/ou comportamentais para compensar esse dispêndio de energia. |