Resumo |
A pecuária brasileira caracteriza-se pela exploração extensiva das pastagens, ocupando cerca de dois terços da área agricultável do país, sendo esta a forma mais econômica e prática de alimentação de bovinos, tornando necessário o aumento da eficiência de utilização das forrageiras via otimização do consumo e da disponibilidade de nutrientes (ZANINE e MACEDO JR. 2006). Desta forma, a importância das pastagens para a pecuária nacional é reconhecida e inquestionável. Porém, seu potencial ainda é pouco explorado devido a não adoção e, ou, à falta de informações técnicas confiáveis aplicáveis em diversos ecossistemas de pastagens existentes. Estes são sistemas complexos, pois compreendem interações que envolvem plantas, animais e meio ambiente, os quais devem ser compreendidos para que o manejo do pastejo seja realizado de forma eficiente (DA SILVA; NASCIMENTO JÚNIOR, 2007). Assim, objetivou-se com este trabalho avaliar as características morfogênicas, estruturais e produtivas de cultivares de Panicum maximum em duas estratégias de manejo. O experimento foi conduzido em área do DZO da Universidade Federal de Viçosa. Os tratamentos consistiram de quatro cultivares de Panicum maximum (Colonião, Mombaça, Sempre-verde e Tanzânia) com duas frequências de desfolhação (28 dias e 95% IL), em esquema fatorial 4x2, no delineamento de DBC com três repetições. Observou-se efeito do manejo sobre todas características avaliadas (P<0,05), exceto número de folhas vivas (NFV) e número de perfilhos totais (NPT). Quando manejadas com IL, todas as cultivares apresentaram maiores produções de lâmina foliar com baixa produção de colmo e forragem morta. Isto se deve ao fato de que quando o dossel atinge 95% de IL coincide com o momento em que ocorre balanço ótimo entre os processos de crescimento e senescência da forrageira, permitindo assim maior acúmulo de forragem (SIMÕES et al., 2011), o que realça os benefícios da aplicação deste manejo. As cultivares Mombaça e Colonião apresentaram padrão de resposta semelhante quando avaliadas com IL. Não se constatou diferença significativa (P>0,05) entre as quatro cultivares relativamente às características TSe (Taxa de Senescência), TAPF (Taxa de Aparecimento Foliar) e filocrono independente do manejo. As cultivares Colonião e Sempre-verde quando manejadas com período fixo de 28 dias apresentaram maior produção de colmos e massa morta, o que indica ser esta estratégia de manejo inadequada. Recomendações de manejo, feitas com base em dias do calendário (dias fixos) podem causar acúmulo excessivo de colmos e de forragem morta, baixo valor nutritivo e baixa eficiência de pastejo (DA SILVA; NASCIMENTO JR., 2007). Já a estratégia de 95% IL se destacou com incremento nas taxas produtivas dos componentes morfológicos (folha e colmo verdes) que apresenta maior valor nutritivo em relação à forragem morta. Observou-se ainda menor variação entre as cultivares quando manejadas com 95% IL. |