Resumo |
A cultura do feijão (Phaseolus vulgaris L.) é de grande importância econômico-social no Brasil. De acordo com a região o plantio pode ser realizado em três épocas do ano, denominadas plantio das águas, seca e inverno. Nessa cultura uma das limitações na produção é o manejo das plantas daninhas que muitas vezes é realizado com o uso de herbicidas que se usado incorretamente pode causar danos às culturas em sucessão (“carryover”). Diante disso, objetivou-se, com o trabalho, avaliar a persistência do herbicida fomesafen, em Argissolo Vermelho-Amarelo cultivado com feijão nos sistemas de plantio direto e convencional, em dois experimentos distintos. Os experimentos foram conduzidos em casa de vegetação, no delineamento em blocos casualizados, com 4 repetições, arranjados em parcelas subdivididas, onde as parcelas representavam às doses do herbicida (0,0; 125; 250; 500 g ha-1) e as subparcelas as épocas de coleta de solo (15, 30, 45, 60, 75, 90, 105, 120, 135 e 150 dias após a aplicação dos herbicidas). O fomesafen foi aplicado quando as plantas de feijão estavam no estádio de V3, utilizando um pulverizador costal pressurizado a CO2 com pressão de 2,5 bar, acoplado a uma barra com três pontas TT11002, calibrado para um consumo de 150 L ha-1de calda. Para avaliação dos efeitos residuais do fomesafen, amostras do solo foram coletadas quinzenalmente, nas entrelinhas centrais das parcelas, na profundidade de 0 a 10 cm. As amostras foram destorroadas, peneiradas, homogeneizadas e transferidas para vasos plásticos de 280 cm3. Para evitar perdas do herbicida e/ou, nutrientes por lixiviação, os vasos foram revestidos internamente com filme de polietileno. Posteriormente semeou-se o sorgo (Sorghum vulgare) híbrido BRS655 como indicador biológico da presença de fomesafen. Aos 21 dias após a emergência, avaliou-se a intoxicação das plantas, numa escala onde 0 (zero) representava a ausência total de sintomas e 100, a morte da planta. Conclui-se que a persistência do fomesafen no solo é dependente do sistema de plantio e da dose aplicada. Com a aplicação de 125 g ha-1 de fomesafen observa-se maior intoxicação das plantas de sorgo cultivadas nas amostras de solo provenientes da área do sistema de plantio convencional comparada a do sistema de plantio direto. Ocorrem maiores tempos de permanência do fomesafen no solo com o aumento da dose aplicada. Desta forma, áreas onde são aplicadas doses acima de 250 g ha-1 do fomesafen tem maior risco da ocorrência de carryover em culturas sensíveis. |