Resumo |
Muitas pessoas apresentam o hábito de alimentar a fauna silvestre sem se preocupar se o alimento oferecido é ou não adequado para aquele animal. Os animais selvagens de vida livre que ingerem alimentos de fontes antrópicas podem apresentar alterações no comportamento alimentar, no metabolismo e na sanidade. Uma das possíveis alternativas para avaliar os danos da suplementação com alimentos processados ou lixo, é a analise do perfil bioquímico do animais. Os quatis (Nasua nasua) são animais com ampla distribuição geográfica em regiões tropicais da América do Sul, incluindo todos os biomas do Brasil, exceto em algumas regiões do Nordeste. Esses animais são mamíferos onívoros, explorando principalmente vegetais e invertebrados e vistos frequentemente ingerindo alimentos descartados em sacos e vasilhas de lixo em áreas de utilização antrópica.O presente estudo teve por objetivo analisar o perfil bioquímico de quatis selvagens do Parque Nacional do Caparaó (MG), que se alimentam de produtos originários da atividade turística. Sete parâmetros bioquímicos (TGO, TGP, colesterol total, triglicérides, GGT, HDL, fosfatase alcalina) fora analisados, de 16 animais selvagens, contidos com armadilhas estilo Tomahawk. Os animais capturados foram anestesiados com quetamina (10mg/kg) e xilazina (0,5mg/kg) para a realização da punção venosa por um médico veterinário habilitado. Um total de 2 ml de sangue de cada animal foi coletado na veia femoral com seringas e agulhas descartáveis. O sangue coletado foi distribuído em tubos sem EDTA e centrifugado . O plasma foi pipetado, após a centrifugação, e transferido a um ependdorf que foi acondicionado em recipiente termorrefrigerado para ser transportado para o Laboratório de Análises Clínicas da Divisão de Saúde da Universidade Federal de Viçosa, Minas Gerais, Brasil os padrões do mesmo foi obtido. Os resultados sugerem uma grande variação no perfil bioquímico quando comparado a valores padrões. A variabilidade pode estar relacionada aos diferentes graus de exploração de alimentos humanos. Preliminarmente se conclui que a suplementação alimentar devido à atividade de turismo ecológico pode causar danos a saúde sistêmicas dos quatis . |