Resumo |
O aprisionamento de elétrons por meio de armadilhas artificiais nos proporciona a verificação de novos fenômenos na física dos semicondutores. Tais fenômenos emergem à luz da mecânica quântica justamente pelo fato de tais armadilhas possuírem tamanhos da ordem de nanômetros. A essas armadilhas denominamos de pontos quânticos. Nos pontos quânticos (PQ’s) o forte confinamento nas três dimensões espaciais possibilita a formação de uma banda de energia discreta, tal como a de um átomo, por esta razão que os PQ’s são muitas vezes chamados de átomos artificiais. Os PQ’s possuem propriedades ópticas de grande interesse para aplicações e essas propriedades podem ser facilmente modificadas alterando o tamanho e o material de composição dos mesmos . Essas nanoestruturas, atualmente, vêm despertando muito interesse para aplicações biológicas, como marcadores, por possuírem tamanhos apropriados, emissão em comprimentos de ondas bem específicos e uma fotoluminescência duradoura, ou seja, apresentam diversas vantagens em relação aos marcadores biológicos convencionais. Dentro deste contexto, neste trabalho trataremos de pontos quânticos obtidos a partir de reações químicas, os chamados pontos quânticos coloidais, visando, principalmente, aplicações biológicas. Serão apresentados os resultados obtidos na síntese de PQ’s de Cd(Zn)S em meio puramente aquoso. Nós desenvolvemos uma nova rota de síntese que envolve um sistema composto por basicamente três componentes: os precursores, surfactante aniônico e o solvente. O que chama atenção para o presente trabalho é que, de acordo com nosso conhecimento, não existe na literatura atual uma rota similar à nossa. Para a produção dos PQ’s em meio puramente aquoso utilizamos o SDS (dodecil sulfato de sódio) como surfactante aniônico, soluções salinas para obtermos os precursores Cd²+, S2- e Zn2+ e água deionizada. A grande vantagem que possuímos ao utilizar a rota que propusemos é que esta não necessita do controle rigoroso de temperatura, pressão, nem refluxo de gás e nenhuma purificação após o preparo das nanoestruturas. Com essa rota obtivemos PQ’s que emitem em diferentes regiões do espectro visível à temperatura ambiente. Com a caracterização, via espectroscopia de fotoluminescência, vimos que os tamanhos das nanoestruturas e a evolução temporal dos comprimentos de onda de emissão, bem como a estabilidade das amostras produzidas, dependem fortemente das condições experimental adotadas. Nós agradecemos o suporte financeiro da FAPEMIG e FUNARBE |