Resumo |
O estado nutricional prévio à cirurgia influencia diretamente na morbimortalidade pós-operatória. Pacientes cirúrgicos que se encontram desnutridos têm resultados na resposta orgânica ao trauma operatório influenciada de forma negativa1. Também deve ser levado em consideração quando se fala em pacientes cirúrgicos à diminuição do período de jejum pré-operatório, a liberação precoce da dieta no pós-operatório e a menor hidratação venosa perioperatória. O controle da dor, náuseas e vômitos pós-operatórios também devem ser levados em consideração, já que são recorrentes complicações cirúrgicas. O jejum prolongado pode levar à depleção do estoque de glicogênio e a perda significativa de massa muscular e de tecido adiposo. Diante disso, o objetivo desse estudo foi avaliar o estado nutricional e os cuidados perioperatórios de pacientes cirúrgicos, internados no Hospital São Sebastião, em Viçosa-MG. A pesquisa foi feita de forma exploratória, com auxilio de um banco de dados, construído a partir de um questionário com informações gerais, sendo o diagnóstico do estado nutricional realizado por meio de avaliação antropométrica e ANSG. A coleta foi feita no período compreendido entre 11/12 e 05/13. Participaram do estudo 108 pacientes com média de idade de 43,51±16,87 anos, sendo 71,3% (n=77) do sexo feminino. Verificou-se, segundo avaliação antropométrica, que 3,8% dos pacientes apresentavam baixo peso, 50,9% encontravam-se eutróficos e 45,3% com excesso de peso. Esses dados refletem a mudança epidemiológica e a transição nutricional ocorrida com a população em geral. De acordo com a ANSG apenas 5,6% apresentavam algum grau de desnutrição no momento da internação. Quanto ao tempo médio de jejum operatório, observou-se que os paciente foram submetidos a um jejum de em média 22,09±5, sendo uma média de 13,59±4 de jejum pré-operatório e 8,57±4,de jejum pós-operatório. Observou-se correlação fraca (0,205), porém significativa (p<0,05), entre tempo de jejum total e o tempo de internação, sendo assim, podemos afirmar que quanto maior foi o tempo de jejum, maior foi o tempo de internação do paciente, corroborando com os estudos de AGUILAR-NASCIMENTO et al. (2009), que afirma que o jejum operatório em períodos menores permite mais conforto ao paciente e menor risco de hipoglicemia e desidratação, além de benefícios como a diminuição do estresse psicológico e alta precoce. O jejum prolongado também teve correlação (0,308) significativa com o número de complicações pós-cirúrgicas, confirmou-se que quanto maior foi o tempo de jejum, mais complicações pós-cirúrgicas o paciente apresentou. Tendo em vista essa esses resultados o controle no tempo de jejum operatório e a intervenção nutricional imediata é fundamental no paciente cirúrgico. Por isso, um novo protocolo para cirurgias deveria ser implantado Hospital, para melhorar o tratamento dos pacientes e reduzir custos para a instituição. |