Resumo |
O processo de esfriamento da massa de grãos, durante o período de armazenagem, é uma técnica eficaz e econômica para a manutenção da qualidade do produto, pois diminui a atividade da água e reduz a taxa respiratória dos grãos, retarda o desenvolvimento dos insetos-praga e da microflora presente, independentemente das condições climáticas da região. Objetivou-se, com este trabalho, avaliar a preservação da qualidade de feijão (Phaseolus vulgaris L.) por meio do esfriamento artificial da massa de grãos, durante a armazenagem em câmara fria, a 15 ± 5°C. Foram utilizadas câmaras frias, com capacidade de armazenamento de 1000 kg, à 15 ± 5°C e a 25 ± 5°C e, 55 ± 5% de umidade relativa do ar. O teor de água dos grãos, o peso de mil grãos, a germinação e o envelhecimento acelerado foram medidos conforme descrito em BRASIL (2009). A condutividade elétrica foi determinada segundo Vieira & Carvalho (1994). A massa específica foi determinada por meio de balança de peso hectolítrico com capacidade de ¼ de litro, modelo Dallemole. A quantificação da cor dos grãos de feijão foi efetuada de acordo com Little (1975). O teste de cocção foi realizado conforme descrito por Simões (1984). Os resultados foram analisados em parcelas subdividas, tendo nas parcelas um esquema fatorial 2 x 2 (2 teores de água :12, e 18% base úmida (b.u.); e, 2 temperaturas de armazenamento: câmara fria a 15 ºC e 53±2% de umidade relativa do ar ambiental, e câmara fria à 25 ºC e 53±2% de umidade relativa do ar ambiental) e, nas subparcelas cinco avaliações(0, 30, 60, 90 e 120 dias), com três repetições. A variação observada no teor de água durante o armazenamento, quando submetido ao sistema refrigerado, pode ser explicado pelo fato do grão ter a propriedade de adsorver ou ceder água para o ar que o envolve. Com a mínima variação da umidade relativa do ar na câmara fria, os grãos tenderam a perder umidade para o ambiente em que estão acondicionados, até atingirem o teor de água em equilíbrio. Ocorreram variações na massa específica, condutividade elétrica, germinação e envelhecimento acelerado para grãos armazenados a 25 °C em virtude de apresentarem maior nível de deterioração e maior contaminação por fungos quando comparados a 15 °C. O teste de cocção para as cultivares vermelhinho e carioca nas condições de armazenamento a 15 e 25 ºC obtiveram resultado “aprovado”. Em relação às variações na cor das sementes, observou-se que não houve variação do matiz dos grãos de feijão no decorrer do período de armazenamento, nos tratamentos estudados, enquanto que a cromaticidade avaliada juntamente com a luminosidade indicou haver modificação na cor do grão de feijão, para o produto armazenado a 25 ºC, para um tom mais claro. Conclui-se que a técnica de esfriamento artificial de grãos por meio de aeração é um método eficaz para preservar as qualidades e manter as características físico-químicas de feijão por períodos de até de 120 dias. |