Resumo |
O setor de saneamento enfrenta dificuldades emergentes no que se diz respeito ao gerenciamento dos resíduos gerados em estações de tratamento de efluentes. O lodo, um dos principais subprodutos desses processos, é de difícil disposição final e possui uma composição complexa. Consequentemente demanda muita atenção ao seu gerenciamento como um todo. Sendo assim, os processos de desaguamento e secagem do lodo são de extrema importância, pois o lodo tem seu volume reduzido, facilitando seu manuseio e transporte. No entanto, alguns dos processos de secagem empregados atualmente nas indústrias não conseguem atingir níveis de umidade satisfatórios, outros são de custo elevado ou demandam uma área extensa. Nesse sentido, o presente projeto visa otimizar o processo de secagem de lodo, de forma a aperfeiçoar os quesitos citados e agregar valor ao lodo de forma sustentável, através de um sistema que utilize formas de energia externa, como a energia solar, e técnicas de aeração combinadas. O objeto de estudo, foi fornecido pela unidade de tratamento biológico de efluentes de indústria têxtil, a Companhia Industrial de Cataguases. O estudo está sendo realizado no Laboratório de Engenharia Sanitária e Ambiental-LESA, da Universidade Federal de Viçosa. Até o momento foram realizadas a caracterização físico-química do lodo, a classificação quanto à periculosidade, de acordo com a norma NBR 10.004 (ABNT, 2004), que se baseia em ensaios de lixiviação e solubilização tendo como resultado a classe II A, resíduo não perigoso e não inerte. Além disso, foi realizada uma visita técnica a estação de tratamento de efluentes e a estação de tratamento de água da indústria fornecedora de lodo, a fim de se obter melhor conhecimento sobre a origem e composição do material de estudo. O projeto prevê a montagem inicial de dois sistemas comparativos: o primeiro conterá uma leira de lodo misturado ao material estruturante (cavaco de madeira), exposta a radiação solar, sob uma cobertura transparente móvel como estufa plástica, de forma a proteger a leira de chuvas. Esse sistema contará com um aquecedor solar e trocador de calor, operando em circuito fechado, tendo água como fluido de trabalho. A água aquecida nos coletores solares escoará através de uma tubulação, tendo contato indireto com a leira, transmitindo calor para o interior da mesma. Além disso, haverá um ventilador conectado à leira operando em sucção de ar. O ar succionado da primeira leira será injetado em uma segunda leira semelhante à primeira, porém sem aquecedor solar acoplado. O segundo sistema, a fim de comparação, consiste na montagem de uma leira semelhante a do primeiro sistema, exposta a radiação solar e sob uma cobertura transparente móvel, porém sem aquecedor solar e sem ventilador acoplados. Será monitorada a umidade, temperatura, irradiação solar, vazão dos ventiladores e energia elétrica utilizada, a fim de verificar a eficiência do sistema e a viabilidade técnica, econômica e ambiental do projeto. |