Resumo |
A Organização Mundial de Saúde define saúde mental como um estado de bem-estar no qual os indivíduos podem desenvolver o seu potencial de forma plena, trabalhar e viver produtivamente e são capazes de contribuir para a comunidade onde vivem. Nesse contexto, a Atenção Primária, através da Estratégia Saúde da Família (ESF) e dos agentes comunitários de saúde (ACS) são fundamentais para consolidsação da rede de cuidado em saúde mental. Eles estão em contato direto com a população e tem a capacidade de identificar as necessidades de saúde individual e coletiva. Uma questão relevante e difícil de ser trabalhada pelos ACS está relacionada a saúde mental. Portanto, ser capacitado para trabalhar com a temática e compreender a rede de apoio é fundamental para uma assistência de qualidade. Neste sentido, objetivou-se conhecer as necessidades dos ACS no cuidado em saúde mental e capacitá-los para desempenhar suas atividades. A proposta foi realizada na ESF do Bairro Nova Era em Viçosa, Minas Gerais. Sua construção e aplicação foi estruturada utilizando os grupos operativos. As atividades foram realizadas em três encontros com duração de duas horas cada, com a participação de todos os ACS da Unidade. No primeiro encontro buscou-se conhecer os participantes, a realidade vivenciada por eles sobre o tema e realizar um diagnóstico das necessidades/conhecimentos destes acerca da temática: pacientes portadores de doenças mentais na Atenção Primária à Saúde. No segundo encontro foram realizadas discussões com o grupo a partir de dois vídeos: História da Reforma Psiquiátrica e Papel do Agente Comunitário na Promoção da Saúde Mental. Neste mesmo encontro foram abordados os tipos de transtornos mentais, seus sinais/sintomas, formas de tratamentos alternativos e complementares, serviços de apoio e como o Agente Comunitário poderia participar do processo de cuidado. No terceiro encontro, foi trabalhado o uso drogas e sua relação com os transtornos mentais, destacando as atribuições do ACS e sua importância para o êxito de todas as ações desenvolvidas pela equipe. Para finalizar, as atividades foram avaliadas e os profissionais estimulados a superarem os desafios do tema trabalhado e que os pacientes portadores de sofrimento mental tenham um acompanhamento adequado pela Equipe de Saúde da Família. Foi possível identificar através dos ACS, os principais problemas que envolvem as alterações de comportamento das pessoas portadoras de transtorno mental, motivando-os a discutir sobre as ações desenvolvidas; Aumentando a percepção dos ACS quanto sua importância junto à comunidade na Saúde Mental; Capacitando os ACS com o intuito de garantir uma assistência humanizada e integral aos usuários portadores de transtornos mentais. A experiência mostrou que é importante desenvolver atividades relacionadas à saúde mental com ACS, uma vez que, estão em contato direto com os usuários, possibilitando uma assistência integral, humanizada e sem preconceitos. |