Resumo |
Com o crescimento na exploração de caprinos leiteiros no Brasil, há necessidade em selecionar animais que apresentem superioridade genética e para isso as metodologias utilizadas no melhoramento genético são fundamentais na escolha desses animais. Diante disso, o presente trabalho teve como objetivo comparar os valores genéticos e a mudança de classificação dos indivíduos utilizando modelos de regressão aleatória (MRA) para estudar a quantidade de proteína no leite de caprinos. Foram coletadas amostras de leite mensalmente, em ordenha mecânica de caprinos leiteiros da raça Saanen e Alpina pertencentes ao setor de caprinocultura da Universidade Federal de Viçosa (UFV). Após a coleta, as amostras eram encaminhadas ao Laboratório de Leite da UFV, as quais eram analisadas por espectofotometria vermelha próxima. A informação utilizada neste estudo foi a quantidade de proteína no leite (g/dia) de caprinos de primeira ordem de parto. Para a edição e recodificação do banco de dados foram utilizados os programas SAS (2003) e o Renped (2011), respectivamente. Foram definidos como efeitos fixos grupos contemporâneos, agrupamento genético e tipo de parto. As covariáveis incluídas foram idade da cabra ao parto e dias em lactação para ajustar a regressão fixa ajustada pelos Polinômios Ortogonais de Legendre (POL). Os efeitos aleatórios considerados foram genético aditivo e ambiente permanente, também ajustados por POL, com diferentes ordens de ajuste. Foram ajustados 225 modelos de regressão aleatória, com ordens de ajuste de três a sete para as regressões fixa (F), genética aditiva (A) e ambiente permanente (P). A estrutura de variância residual (E) foi ajustada em até cinco classes. Todas as análises foram realizadas no programa WOMBAT, que utiliza o método da máxima verossimilhança restrita. Os critérios utilizados foram o máximo da função de verossimilhança, critério de informação de Akaike, critério de informação Bayesiano e teste da razão de verossimilhança. Os modelos que melhor se ajustaram de acordo com os critérios foram F3E1A3P3, F3E2A3P3, F3E3A3P3, F3E4A3P3 e F3E5A3P3. As correlações de valores genéticos (VG) entre os modelos foram altas e positivas, não sendo afetadas pela mudança na modelagem da variância residual, demonstrando elevada semelhança nas estimativas de variância. O maior valor (0,64) para correlação de classificação ocorreu entre o modelo E3 com o E2, demonstrando relação positiva e alta entre os dois modelos para a característica em estudo. As demais correlações apresentaram valores de baixa magnitude. Os valores de correlação encontrados indicam que podem ocorrer divergências na classificação entre os modelos. Para o estudo da quantidade de proteína no leite, os melhores modelos apresentaram semelhança nas estimativas dos valores genéticos. A presença de alta correlação de VG entre MRA não permitiu concluir sobre elevada correlação na classificação dos indivíduos. |