Resumo |
A coturnicultura vem se destacando como atividade agropecuária, sendo a carne um dos principais produtos. Mesmo que nem sempre seja introduzido explicitamente nos índices de seleção, a sobrevivência é muito importante em qualquer sistema de produção animal. Além disso, por ética, busca-se reduzir a mortalidade tanto quanto possível, independente das condições de criação. Todavia é uma informação de difícil análise, visto que não há conhecimento da data da morte do anima, por motivo de descarte anterior à morte. O objetivo deste trabalho é estimar a influência do peso ao nascimento, das estações do ano e dos diferentes níveis de proteína na dieta na mortalidade de codornas do nascimento até 42 dias de vida. O experimento foi realizado na Granja de Melhoramento de Aves da UFV. Os dados foram obtidos de 4425 codornas de corte (Coturnix coturnix), de duas linhagens, UFV1 e UFV2. Foram realizados quatro experimentos distintos, dois no inverno (887 animais da UFV1 e 887 da UFV2) e dois no verão (1426 animais da UFV1 e 1225 da UFV2). Os animais foram criados em boxes de piso de concreto, cerca de 1m², coberto com cama de maravalha, com aquecimento à lâmpadas elétricas e fornecimento de água e comida à vontade. Os animais da mesma linhagem foram divididos aleatoriamente em grupos de 10, totalizando 5 boxes para cada nível de proteína na dieta. Os níveis de proteína bruta na ração foram divididos em ímpares (25, 27, 29,31 e 33%) e pares (24, 26, 28, 30, 32%), utilizados alternadamente em cada uma das duas estações (inverno e verão), resultando em quatro experimentos. Em todas as manhãs as mortes foram constatadas, codificadas de forma binária (1, morte e 0, censura). Os dados também foram codificados quanto à época do ano (0, verão e 1, inverno) e quanto à linhagem (1,UFV1 e 2, UFV2). O peso ao nascimento das aves foi registrado para todos os animais, bem como o nível de proteína bruta na dieta, sendo essas variáveis contínuas. As curvas de sobrevivência foram produzidas a partir de estimativas de Kaplan-Meier e, as razões de risco, a partir do modelo de risco proporcional de Cox. As análises foram realizadas pelo procedimento PHREG do programa SAS. Os diferentes níveis de proteína não foram significativos (P=0,6656) pelo teste qui-quadrado. O efeito das estações do ano foi significativo (P<0.001) com razão de risco de 5,959, isto é, a probabilidade de morte no inverno é 500%, ou seis vezes, maior no inverno. O efeito da linhagem foi significativo (P=0,0017), com razão de risco de 0,763, indicando que a linhagem UFV1 tem probabilidade de morte 23,7% menor que a UFV2. O peso ao nascimento também foi significativo (P<0,001) com razão de risco de 0,768, assim, cada grama de incremento no peso ao nascimento aumenta em 23,2% a chance de o animal sobreviver. Os fatores que influenciam a mortalidade em codornas de corte até os 42 dias são: peso ao nascimento, linhagem e estação do ano, sendo o último de maior influência. |