Resumo |
A polinização é de extrema importância quando se diz respeito a culturas agrícolas. A abóbora (Curcubita moschata Duch) é uma espécie monóica, apresentando flores masculinas e femininas separadamente na mesma planta. As flores femininas necessitam receber pólen em quantidades suficientes para que seja possível a formação de frutos. Para realizar a polinização manualmente, é necessário que as flores femininas se encontrem aptas a receber o pólen. Normalmente, a antese ocorre no início da manhã, e a flor permanece aberta por um curto período de tempo. É comum encontrar mais flores masculinas que femininas em uma planta, porém em alguns casos, o contrário pode acontecer. Para uma boa polinização controlada, é necessária a sincronização da antese das flores masculinas e femininas, o que nem sempre se verifica. Este trabalho objetivou analisar a eficiência de algumas técnicas alternativas visando compensar a perda destas sincronizações. O ensaio foi conduzido na “Horta Velha” do Departamento de Fitotecnia da Universidade Federal de Viçosa (UFV), com período de polinizações compreendido entre outubro de 2012 e janeiro de 2013. Foram realizadas polinizações em plantas provenientes de 18 genótipos distintos, alocados no delineamento de blocos ao acaso, com três repetições e três plantas úteis por parcela. As polinizações alternativas realizadas foram: (I) Utilização de uma flor masculina para polinizar duas femininas (76 polinizações); (II) Conservação de flor masculina em geladeira (em recipiente com água), por 24 horas (seis polinizações); (III) Polinização de flor feminina 24 horas após a antese, sendo esta protegida previamente com saco de papel (24 polinizações). Analisando a primeira técnica de polinização alternativa (uma flor masculina para duas femininas), 46% das flores polinizadas resultaram em produção de fruto. Ao conservar a flor masculina em geladeira por 24 h antes da polinização, observou-se que 33,33% das polinizações foram eficientes. Nas polinizações realizadas em flores femininas, 24 horas após a antese, apenas 16,7% das flores polinizadas resultaram em frutos pegados. Observou-se que todas as técnicas de polinização alternativa avaliadas possuem potencial para aplicação em programas de melhoramento de abóbora, especialmente em caso de falta de sincronização da antese entre flores masculinas e femininas. A utilização de uma flor masculina para polinizar duas femininas mostrou ser a mais eficiente de todas as técnicas alternativas analisadas. Porém, estudos mais profundos nesta área são necessários, visando à elucidação dos fenômenos biológicos observados. |