Resumo |
Introdução: A obesidade é um dos grandes problemas na área de saúde pública. Segundo a Pesquisa de Orçamento Familiar (POF; 2008-2009), a metade da população masculina brasileira apresenta excesso de peso sendo o percentual de homens obesos de 12,4%. Resultados da POF indicam ainda, que os alimentos ricos em açúcares e gorduras foram os que mais se associaram aos maiores valores de consumo energético. Este contexto propicia o aparecimento de doenças associadas ao excesso de peso, entre elas a Síndrome Metabólica (SM). Além disso, dietas com elevado índice glicêmico (IG) e carga glicêmica (CG) também têm sido apontadas como fatores que contribuem para o desenvolvimento de tais doenças. Objetivo: Avaliar a relação entre IG e CG da dieta habitual de indivíduos com excesso de peso com a presença ou não de SM. Metodologia: Recrutou-se homens com idade entre 19-50 anos e Índice de Massa Corporal (IMC) entre 27-35 kg/m2. Foram determinados o IG e a CG da dieta habitual por meio do questionário quantitativo de frequência alimentar. Aferiu-se: a pressão arterial, peso, estatura, diâmetro abdominal sagital (DAS) e os perímetros da cintura, quadril, pescoço e coxa. Também avaliou-se a concentração sérica de insulina, glicose, colesterol total e HDL-c em jejum e calculou-se os índices Homeostasis Model Assessment Insuline Resistance (HOMA-IR) e aterogênicos. A presença de SM foi identificada de acordo com a classificação do International Diabetes Federation (2005). Para as análises, os indivíduos foram separados em grupos de menor e maior CG da dieta segundo a mediana e quanto à presença (GSM) ou ausência de SM (GCT). A estatística foi feita no SAS v.9.0 aplicando-se o teste t ou de Mann-Whitney com nível de significância de 5%. Resultados: Participaram do estudo 75 homens (GSM=28 e GCT=47) com idade e IMC médios de 27,2 ± 7,5 anos e 29,8 ± 2,4 kg/m2, respectivamente. Ao comparar os grupos de menor e maior CG não foram identificadas diferenças significativas nos dados antropométricos e de composição corporal. Considerando os dados bioquímicos, apenas a glicemia apresentou diferença significativa (p=0,0295), sendo mais elevada no grupo de maior CG. Identificou-se também que o grupo de maior CG teve maior consumo de gorduras, proteínas e calorias, além de sódio e fibra. Ao se fazer a comparação entre os grupos com e sem SM, verificou-se que a CG da dieta tendeu (p=0,0614) a ser maior no GSM (183,6 ± 78,0) do que no GCT (159,7 ± 69,3). O GSM apresentou valores significativamente maiores de gordura corporal (kg), DAS, bem como de glicose de jejum, insulina, triglicerídeos, HOMA, índices aterogênicos e pressão arterial sistólica. A glicemia de jejum apresentou diferença significativa tanto ao se comparar os grupos de maior e menor CG quanto ao se comparar os GCT e GSM. Conclusões: Dieta com elevada CG pode ter relação com a alteração glicêmica e presença de doenças, logo é de extrema importância o acompanhamento nutricional na prevenção e promoção da saúde. |