Resumo |
As proteínas relacionadas à patogênese (PR), incluindo-se os PR peptídeos, são de interesse no estudo da defesa de plantas. Quatro peptídeos antimicrobianos (AMPs) estão incluídos nos 17 grupos de PR-proteínas e constituem um mecanismo de defesa constitutivo e, ou, induzido, ubíquo na natureza. A identificação de peptídeos por buscas em bancos de dados usando dados de espectrometria de massas é dificultada pela falta de especificidade desses bancos. O tomate, uma das hortaliças mais consumidas no mundo, é acometido pela mancha bacteriana causada por Xanthomonas campestris pv. vesicatoria, responsável por elevado decréscimo na produção e comprometimento da cultura. Durante a infecção da bactéria, alterações do metabolismo levam à síntese de moléculas de defesa, incluindo-se AMPs. Desse modo, o trabalho visou identificar peptídeos e proteínas de baixas massas moleculares expressos diferencialmente em resposta à infecção por X. campestris pv. vesicatoria e atualizar a base de dados específica para os PR-peptídeos defensinas, nomeada DefDB (www.defdb.ufv.br). Folhas de tomateiro foram inoculadas com a bactéria em 1, 7 e 14 dias antes da colheita, acompanhadas de um controle não inoculado. As folhas foram maceradas (Tris-HCl pH 7,0, e inibidores de proteases), o extrato resultante centrifugado e denominado extrato solúvel (ES). O precipitado foi extraído em LiCl e inibidores de proteases, e o sobrenadante denominado Extrato de Parede Celular (EP). ES e EP foram fracionados com sulfato de amônio (35%-75% saturação), e ultrafiltrados, recuperando-se as frações entre 1 e 10 kDa, que foram submetidas à RP-HPLC e espectrometria de massas (MS) em MALDI-TOF/TOF. Os cromatogramas após RP-HPLC se mostraram complexos e as proteínas com baixo grau de separação. Frações analisadas por MS apresentaram massas de cerca de 2,0 e 5,5 kDa, que podem corresponder a peptídeos antimicrobianos diferencialmente expressos pelos tomateiro em resposta ao estresse biótico em estudo. Foram observadas alteração metabólica no sistema em estudo em resposta à infecção. Também, a base de dados DefDB foi atualizada. Os parsers foram refeitos e constatou-se um aumento geral de cerca de 87% no total de sequências de defensinas, e de cerca de 57% em defensinas de plantas. Durante a realização desse trabalho de busca de peptídeos de defesa, metodologias foram ajustadas e ajustou-se uma nova ferramenta de auxílio ao estudo de AMPs. Os esforços atuais estão voltados para a análise dos picos de MS e na disponibilização do DefDB ao público. Apoio: FAPEMIG, CAPES, CNPq e FINEP, e agradecimentos ao NuBioMol/UFV. |