Resumo |
A partir da inclusão da Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS – como disciplina obrigatória nos cursos de licenciatura, legitimada pelo decreto nº 5.626, de 2005, muitos ouvintes têm demonstrado interesse por conhecer e aprender essa língua. Neste contexto, foi criado o Curso de Extensão em Língua Brasileira de Sinais – CELIB – da Universidade Federal de Viçosa – UFV, integrado ao Programa de Extensão em Ensino de Línguas – PRELIN. O PRELIN conta ainda com outros três cursos de línguas: inglês, francês e espanhol. Além de oferecerem o ensino de línguas á comunidade, esses cursos de extensão constituem-se em espaços pedagógicos, vinculados à formação de futuros professores de línguas do Departamento de Letras da UFV. Este trabalho visa relatar uma experiência docente vivenciada no CELIB no transcorrer do período de um ano e seis meses, buscando apresentar e discutir os resultados, metodologias e dinâmicas criadas para auxiliar no ensino de LIBRAS para ouvintes. O CELIB promove o ensino-aprendizagem da LIBRAS para ouvintes da cidade e região, que buscam o curso baseados em interesses diversos perpassando desde a curiosidade sobre a língua ao interesse da cultura surda, até necessidades específicas como a de se comunicar com um parente ou amigo surdo, ou ainda para complementar a sua formação. Assim como os demais cursos do PRELIN, o CELIB constitui-se em um importante espaço de preparação de futuros professores, pois o ensino da LIBRAS é ministrado pelos estudantes dos cursos de licenciatura em Letras da UFV, denominados professores pré-serviço. Um dos principais desafios enfrentados por esses graduandos é tornarem-se uma ponte comunicativa entre a comunidade dos ouvintes e a comunidade dos surdos. Além desse entrave, existe a problemática referente a não existência, na UFV, da habilitação em LIBRAS junto ao curso de Letras - Língua Portuguesa. Desse modo, a formação dos professores pré-serviço é construída por meio de grupos de estudos temáticos, desenvolvidos entre as docentes da área de LIBRAS do Departamento de Letras e esses estudantes. Outra dificuldade refere-se à elaboração de metodologias que possam facilitar a compreensão por parte dos ouvintes quanto à cultura surda, conduzindo-os a utilizar expressão corporal, por exemplo. Corroborando a essa necessidade de metodologias que propiciem no ensino-aprendizado dessa língua para os ouvintes a equipe de professores elaboram recursos didáticos que atendem às especificidades dessa língua espaço-visual. Assim, o CELIB tem se mostrado como uma iniciativa inovadora. Por ser parte de políticas públicas recentes, sua estruturação didática e metodológica ainda é incipiente e aponta para a necessidade de discussões acerca dessas práticas, na busca de melhores condições do ensino da LIBRAS que propiciem resultados eficientes e satisfatórios tanto para a comunidade surda quanto para a comunidade ouvinte. |