Resumo |
O eucalipto é a principal essência florestal cultivada no País, ocupando em geral, solos de baixa fertilidade natural ou degradados, onde a fertilização é necessária para a obtenção de altas produtividades. Aliada a essa condição, há uma crescente demanda por madeira, portanto estudos que busquem identificar mecanismos responsáveis pela maior eficiência nutricional, bem como a resposta de materiais genéticos ao estresse nutricional devem ser realizados. O N é o nutriente mais absorvido pelas plantas e está diretamente relacionado à fotossíntese e ao crescimento e o suprimento inadequado de N pode resultar em drásticas quedas de produtividade, especialmente na fase juvenil. Neste sentido, o objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito da omissão e ressuprimento de N no crescimento, nos teores de N e nas trocas gasosas em clones de eucalipto pré-identificados quanto ao uso de N. Foram utilizados dois clones de eucalipto, 386 e VM-01, que cresceram por 60 d em solução nutritiva completa, quando se aplicou os tratamentos, por meio de alterações na solução nutritiva, referentes à omissão/ressuprimento de N e tratamento controle (solução completa), com duração de 21 d de omissão e 14 d de ressuprimento. Nestes períodos foram feitas coletas semanais destrutivas (folha diagnóstica para análise do teor total de N) e não destrutivas (crescimento em altura e diâmetro e trocas gasosas). Ao final do experimento foi determinada a massa e o teor total de N dos órgãos. A omissão de N levou a queda de seus teores na planta culminando na queda da taxa fotossintética e do crescimento. A queda na taxa fotossintética não pode ser atribuída à limitação estomática, visto que houve aumento da relação Ci/Ca em relação ao tratamento controle. Assim, explicam-se tais quedas por danos aos fotossistemas I e II, visto que houve queda do teor de N e consequentemente de clorofila, e a danos oxidativos, além de menor atividade de enzimas de assimilação de C como a rubisco, situações estas relatadas na literatura. O clone 386 apresentou maior crescimento no tratamento controle, porém também apresentou grande efeito da omissão/ressuprimento de N, que resultaram em expressiva redução de crescimento. Já o clone VM-01 não apresentou diferenças significativas, no crescimento, entre o tratamento controle e o de N, evidenciando haver diferentes estratégias de tolerância ao estresse nutricional, como o maior acúmulo de nutrientes em caule e raiz, que podem ser remobilizados em situação de estresse nutricional. O ressuprimento de N foi capaz de reestabelecer os teores dos nutrientes na folha diagnóstica e a taxa fotossintética, mostrando o potencial de recuperação destas plantas após o estresse imposto. |