Resumo |
A bacia hidrográfica do Rio Xopotó está inserida no Bioma Mata Atlântica e o seu principal rio, que é o Xopotó encontra-se, em sua maior parte, com ausência de vegetação ciliar e assoreado. As principais áreas de cultivo agrícola e de pastagem na bacia ocorrem nas áreas ciliares e várzeas, o que se justifica, principalmente, pelo fato de os produtores possuírem pequenas propriedades e haver necessidade de utilizar, principalmente, as áreas mais produtivas para garantir a sua sobrevivência. Entretanto, estas áreas são protegidas por lei e devem ser recuperadas de acordo com o código florestal. Assim, é necessário que se realizem estudos para determinação de custos de recuperação, considerando as diferentes técnicas disponíveis, de forma a verificar a capacidade do produtor em arcar com este valor. Desta forma, objetivou-se determinar os custos de recuperação de áreas de preservação permanente em 37 propriedades presentes na Bacia do Rio Xopotó. Os custos foram estimados para cada um dos estratos: 1 (até 30 ha), 2 (entre 30 ha até 4 módulos fiscais) e 3 (maior a 4 módulos fiscais). As técnicas de recuperação que foram utilizadas para elaboração dos custos foram: plantio adensado, plantio de enriquecimento, plantio espaçado, cercamento, poleiros e a transposição do banco de sementes. Os custos de implantação em cada uma das técnicas foram:: mão de obra, materiais de consumo e atividades de manutenção. Para a elaboração dos planos de recuperação foi considerado o nível de degradação do solo, o estágio sucessional e de conservação da vegetação, presença de floresta nas zonas circunvizinhas e os principais fatores que impactam as áreas de preservação permanente. A partir disso foi possível calcular os custos de adequação ambiental nas propriedades. A área total para adequação ambiental nas 37 propriedades foi de 281,47 ha. O custo total encontrado foi de R$1.689.339,16 e o custo médio foi de R$6.002,06/ha. Outro fato observado é que o valor por hectare foi maior no estrato 1 (R$ 6.670,64/ha), e menor no estrato 3 (R$ 5.118,37/ha), demonstrando que as propriedades menores se apresentaram mais degradadas que as demais. Portanto, considerando que a maioria é pequena propriedade, este valor é considerado alto e limitante para os produtores. A definição da técnica de recuperação a ser utilizada, entre os seis tipos existentes é um passo importante para a adequação das propriedades e efetivação de medidas para a melhoria da qualidade ambiental das propriedades e a potencialização dos serviços ambientais. Os custos de recuperação são altos, o que evidencia a inviabilidade do produtor arcar sozinho com este custo. Desta forma, a adequação das áreas de APP pelos produtores depende de apoio financeiro governamental, de entidades civis ou de outros mecanismos de mercado. |