Ciência, saúde e esporte: conhecimento e acessibilidade

21 a 26 de outubro de 2013

Trabalho 1043

ISSN 2237-9045
Instituição Universidade Federal de Viçosa
Nível Graduação
Modalidade Pesquisa
Área de conhecimento Ciências Biológicas e da Saúde
Área temática Botânica
Setor Departamento de Biologia Vegetal
Bolsa PIBIC/CNPq
Conclusão de bolsa Sim
Apoio financeiro CNPq
Primeiro autor Mariana Condé Marques
Orientador MILENE FARIA VIEIRA
Outros membros Islaine Franciely Pinheiro de Azevedo
Título Homostilia em Coccocypselum geophiloides Wawra (Rubiaceae): uma estratégia de sobrevivência?
Resumo O gênero Coccocypselum P. Browne é tipicamente distílico, assim como vários outros (p. ex. Psychotria L. e Palicourea Aubl.) na família Rubiaceae. A distilia é um polimorfismo floral, geneticamente controlado, caracterizado pela presença de dois morfos florais, brevistilo (B) e longistilo (L), na mesma população, mas em indivíduos distintos. Outra característica relacionada à distilia é o sistema de autoincompatibilidade intramorfos (B x B ou L x L). Apenas polinizações intermorfos (L x B ou B x L), realizadas pelos vetores de pólen, resultam em frutificação. Entretanto, tem sido comumente registrada a quebra da incompatibilidade em espécies distílicas, uma estratégia reprodutiva que pode ter surgido devido à ausência de polinizadores e ao desflorestamento. Adicionalmente à autocompatibilidade, algumas espécies inicialmente distílicas tornaram-se homostílicas, ou seja, com um único morfo floral, sem distinção no tamanho do estilete. Esse fato foi registrado em Palicourea macrobotrys (Ruiz & Pav.) DC., P. coriacea (Cham.) K. Schum, P. alpina (Sw.) DC. e em algumas espécies de Psychotria. Foi objetivo estudar a fenologia reprodutiva, a morfologia floral e o sistema reprodutivo de Coccocypselum geophiloides. Para tanto, foram utilizados 10 indivíduos de população natural localizada na Estação de Pesquisa, Treinamento e Educação Ambiental Mata do Paraíso, o maior fragmento de floresta semidecídua do município de Viçosa, MG (20°45’ Sul, 42°55’ Oeste), com apenas 194 ha. Para os estudos fenológicos, 10 indivíduos foram acompanhados semanalmente, de agosto de 2012 a julho de 2013 e foi registrada a ausência ou presença de cada fenofase (floração e frutificação). Dados morfométricos foram coletados em 25 flores de cinco indivíduos: comprimento do estilete, incluindo os estigmas, e do estame. O sistema reprodutivo foi avaliado através de testes de polinização (polinização aberta, polinização cruzada, autopolinização espontânea, autopolinização manual e agamospermia) realizados em 19 flores de 15 indivíduos. A espécie floresceu de novembro a março (estação chuvosa) e frutificou de setembro a junho (estação seca). As flores apresentaram-se homostílicas, com as alturas médias do estilete (8,82mm ±1,15) e estame (7,17mm ±0,41) se sobrepondo, favorecendo a autopolinização. De fato, houve frutificação nos testes autopolinização espontânea (33%) e autopolinização manual (17%), caracterizando a espécie como autocompatível. Nos demais testes a frutificação foi de 100% (polinização aberta), 33% (polinização cruzada) e 0% (agamospermia). Verificou-se, portanto, que C. geophiloides, na área de estudo, independe de polinizadores (raramente observados) para que ocorra a frutificação. A homostilia, nessa espécie, além de inédita, parece ser uma característica derivada, considerando que o gênero é distílico, e que favorece a manutenção de sua população na área de estudo.
Palavras-chave Autocompatibilidade, distilia, Floresta Atlântica
Forma de apresentação..... Oral
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