Resumo |
No Brasil, a prevalência de excesso de peso no ano de 2010, foi de 42% em homens e 35,4% em mulheres. Assim, há uma preocupação entre a população adulta em perder peso e torna-se crescente o surgimento de dietas populares, não convencionais, para combater o excesso de peso. Nas revistas não científicas há uma grande disponibilidade de dietas da moda, que visam o emagrecimento rápido, e que, entretanto, são inadequadas, pois não levam em consideração os hábitos alimentares e as necessidades nutricionais dos indivíduos. O objetivo deste estudo foi avaliar se a composição nutricional de dietas para perda de peso, veiculadas em revistas nacionais, não científicas, atendem às recomendações de macronutrientes e energia para mulheres adultas. Selecionou-se, de maneira aleatória, 5 revistas que traziam dietas destinadas para mulheres adultas, publicadas no ano de 2012. A análise das dietas foi realizada pelo conteúdo de macronutrientes de cada preparação, calculados através das tabelas de composição de alimentos. Foram analisadas calorias, carboidratos, proteínas e lipídios. Considerou-se como valores de referências para comparação, as quantidades propostas pelas Ingestões Dietéticas de Referência (DRIs) para mulheres adultas. Para avaliar os carboidratos, foram considerados inadequados valores abaixo de 45% e acima de 65%; para os lipídios,abaixo de 20% e acima de 35%; para proteínas valores abaixo de 10% e acima de 35%. Observou-se que o valor calórico das dietas variou de 1112,76 a 1650,07 kcal/dia (±69,9). Dentre estas, 60% (n=3) apresentaram valores calóricos abaixo de 1200 kcal/dia, quantidade insuficiente para atender as necessidades calóricas mínimas para mulheres adultas. Quanto ao teor de macronutrientes, observou-se que 40% (n=2) das dietas possuíam reduzido teor de carboidratos, em média 96,61g/dia (±9,42), fator preocupante foi a baixa oferta de carboidratos, já que estes são considerados os principais fornecedores de energia para o organismo.Na análise dos lipídios e proteínas, percebeu-se que 80% (n=4) das dietas apresentavam-se normolipídicas e normoproteicas. Em 20% (n=1) destas, observou-se o alto valor proteico (153,22 g/dia ±7,68 ), sendo esse um dado preocupante, pois o excesso deste nutriente pode causar várias patologias tais como aterosclerose, câncer e doenças renais. Conclui-se que grande parte das dietas publicadas em revistas não científicas, apresentam inadequações de macronutrientes e energia, o que reforça a ideia de que o estado nutricional do indivíduo fica comprometido ao seguí-las.Estas dietas podem representar risco aos seus seguidores, já que não levam em consideração as necessidades nutricionais individuais. A população deve ser esclarecida dos riscos associados à prática de dietas, sem a devida assistência de um profissional nutricionista. |