Ciência, saúde e esporte: conhecimento e acessibilidade

22 a 24 de outubro de 2013

Trabalho 444

ISSN 2237-9045
Instituição Universidade Federal de Viçosa
Nível Graduação
Modalidade Pesquisa
Área de conhecimento Ciências Biológicas e da Saúde
Área temática Ecologia e biogeografia
Setor Instituto de Ciências Biológicas e da Saúde
Conclusão de bolsa Não
Primeiro autor Cássio Cardoso Pereira
Orientador RUBIA SANTOS FONSECA
Outros membros Fernanda de Fátima Santos Soares
Título Síndromes de dispersão de espécies lenhosas de Cerrado sensu stricto em Rio Paranaíba, Minas Gerais
Resumo A dispersão de frutos e sementes é um processo crucial para a sobrevivência das populações e espécies de plantas, pois reduz a mortalidade de sementes e plântulas, oriunda da proximidade com a planta-mãe, e favorece a colonização de novas áreas. Além disso, os frutos carnosos são indispensáveis para a manutenção de diversas espécies de animais, que dependem parcialmente ou exclusivamente de frutos para sua alimentação. Nesse contexto, objetivou-se analisar as síndromes de dispersão de diásporos das espécies lenhosas de um Cerrado sensu stricto em Rio Paranaíba- MG, a fim de responder às seguintes perguntas: 1) Quais síndromes de dispersão estão presentes na comunidade estudada? 2) Quais as frequências dessas síndromes entre as espécies e indivíduos dessa comunidade? 3) O fragmento estudado possui cerca de 15 ha de Cerrado sensu stricto. Para a amostragem da comunidade foram alocadas 10 parcelas de 100m2 e amostrados todos os indivíduos com CAS (circunferência à altura do solo) ≥ 10 cm. As síndromes de dispersão dos diásporos, baseadas na morfologia dos frutos e sementes, foram classificadas em: zoocoria (dispersão por animais; frutos carnosos ou com estruturas que promovam a adesão), anemocoria (dispersão pelo vento; frutos ou sementes aladas ou plumosas) e autocoria (auto-dispersão; sem as características relatadas para as demais síndromes). Foram analisadas 44 espécies e 383 indivíduos e registradas três síndromes de dispersão: zoocoria, representada apenas por frutos carnosos, anemocoria e autocoria. A zoocoria foi o mecanismo de dispersão mais comum entre as espécies, registrado em 66%, seguido por anemocoria, em 27%, e autocoria, em 7%. Ao analisar a abundância das síndromes entre os indivíduos também houve predominância da zoocoria, observada em 53% dos indivíduos, seguida da anemocoria, em 36%, e da autocoria, em 11%. Dentre as cinco espécies mais abundantes duas foram zoocóricas e três anemocóricas, estas foram: Erythroxyllum daphinitis Mart. (zoocórica; 78 indivíduos), Dalbergia miscolobium Benth. (anemocórica; 41), Qualea multiflora Mart. (anemocórica; 39), Lafoensia pacari A.St.-Hil (anemocórica; 33) e Plenckia populnea Reissek (zoocórica; 28). A elevada frequência da zoocoria demonstra a importância desse fragmento para a alimentação da fauna frugívora, uma vez que todas as espécies zoocóricas deste trabalho apresentam frutos carnosos. E daphinitis Mart., a espécie mais abundante, é ornitocórica, representando assim um importante recurso alimentar para diversas espécies de aves da região, as quais parecem atuar com eficácia na dispersão dessa planta. A frequência da zoocoria observada no presente estudo foi superior à de outros cerrados. Esses resultados demonstram estreita relação entre a vegetação lenhosa e a fauna na manutenção dessa comunidade de Cerrado sensu stricto.
Palavras-chave Frutos, sementes, zoocoria
Forma de apresentação..... Painel
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