Resumo |
A produtividade de café no Brasil pode ser afetada por diversos fatores, sendo os principais fatores condições climáticas desfavoráveis, doenças e pragas. Dentre as pragas presentes no cafeeiro, o bicho-mineiro, Leucoptera coffeella, é considerada uma praga-chave. O uso do controle químico tem sido o principal método empregado. Sua contínua utilização pode causar perda de eficácia e a seleção de populações de bicho-mineiro resistentes. A resistência de organismos está na sua predisposição genética em sobreviver às doses que são letais para a maioria da população suscetível. Os estudos com L. coffeella têm sido concentrados nas suas características biológicas e comportamentais. Existindo poucos estudos sobre a resistência das populações brasileiras aos principais inseticidas utilizados no controle desta praga. Para detecção da possível resistência de L. coffeella a inseticidas é necessário se obter populações próximas e distantes, para se verificar grupos suscetíveis e resistentes. Assim, objetivou-se coletar e detectar populações brasileiras de L. coffeella resistentes a inseticidas neurotóxicos. Os inseticidas utilizados no presente estudo foram (dose do ingrediente ativo): abamectina CE (18g de i.a./L), clorantraniliprole WG (350 g de i.a./L), clorpirifós BR (480 g de i.a./L), deltametrina CE (25 g de i.a./L), profenofós CE (550 g de i.a./L), tiametoxam WG (250 g de i.a./L) e tiametoxam+ciproconazol WG (600 g de i.a./L). Este estudo foi conduzido com populações de L. coffeella mantidas em laboratório de seis municípios produtores de café das espécies Coffea arabica e C. canephora, localizados em regiões produtoras dos estados de Minas Gerais, Espírito Santo, São Paulo e Pernambuco. Para a análise da dose-mortalidade, discos circulares (Φ 90 mm) de papel-filtro foram imersos nas soluções inseticidas diluídas em água destilada. As mortalidades corrigidas de cada inseticida e população foram submetidas à análise de próbite (p>0,05). Os inseticidas com menor toxidade a população de Guaranhuns - PE foram clorantraniliprole, tiametoxam e tiametoxam + ciproconazol. Já para a população de Carmo do Paranaíba - MG as menores concentrações letais foram proporcionadas pelos inseticidas clorpirifós e profenofós. Na população de Abaeté dos Mendes - MG a baixa concentração letal foi observada para o inseticida abamectina e para a população de Franca - SP pelo inseticida deltametrina. As maiores concentrações letais obtidas dos inseticidas testados por população foram abamectina (Guaranhuns), clorantraniliprole, clorpirifós e profenofós (Abaeté dos Mendes), tiametoxam (Franca) e tiametoxam + ciproconazol (Rio Paranaíba). Portanto foram detectadas populações de L. coffeella resistentes aos inseticidas testados. |