Resumo |
Extratos de plantas vêm sendo utilizados como uma alternativa para o controle de pragas agrícolas, pois apresentam baixa toxicidade ao homem e animais. A espécie Aegiphila sellowiana popularmente conhecida como “tamanqueira”, é uma espécie arbórea típica do Cerrado e Mata Atlântica, existindo relatos de sua ocorrência em outros tipos de vegetação, plantas desse gênero tem sido comumente utilizadas na medicina tradicional como remédio. Entretanto, poucas informações sobre a composição química e a atividade biológica dessa espécie é encontrada na literatura científica. Os óleos vegetais são suscetíveis a alterações químicas, desde a sua produção até seu armazenamento. O armazenamento do óleo pode apresentar variações na composição, assim como, afetar a sua atividade biológica com o passar do tempo, devido à ação de agentes externos e internos que catalisam esse processo. Com isso, o presente projeto teve como objetivo estudar a composição química e a atividade inseticida do óleo em função de seu armazenamento. O óleo foi extraído no período de três em três meses, com hexano (300 mL) e armazenados em frascos escuros. Os bioensaios foram realizados em triplicata com Sitophilus spp (praga do milho), Acanthoscelides obtectus (praga do feijão), Tuta absoluta (praga do tomate) e Macrosiphum rosae (pulgão da roseira), os insetos foram colocados em placa de petri de 6 x 2 cm (diâmetro x altura) contendo papel filtro embebido com 200 µL do óleo (0,5mL de solução, em acetona, do óleo em concentração de 40%) e comparados a testemunha em intervalo de tempo de 24 e 48h. Foi observada a maior taxa de mortalidade na espécie Macrosiphum rosae havendo um aumento significativo em função do tempo de exposição. Quanto às demais espécies analisadas, essa taxa foi menor e não houve alteração em função do tempo de exposição. Dentre as análises químicas realizadas estão o índice de acidez e o índice de éster. O índice de acidez está relacionado com a natureza e qualidade da matéria-prima, com a qualidade e o grau de pureza do óleo, com o processamento e, principalmente, com as condições de conservação, pois a decomposição dos glicerídeos é acelerada por aquecimento e pela luz, enquanto a rancificação é quase sempre acompanhada da formação de ácido graxo livre. O índice de acidez do óleo apresentou um aumento ao longo do armazenamento. Enquanto o índice de éster, é definido como sendo a quantidade de triglicerídeos presentes na amostra e, para o óleo em analise foi observada uma redução ao longo do armazenamento. Foi realizada a analise da composição química do óleo derivatizado através de cromatografia gasosa acoplada a espectrometria de massas, sendo encontrados os ésteres metílicos correspondentes aos ácidos: palmítico (14%); linoleico + eicosa-10,13-dienoico (36,8%); oleico (31,1%); esteárico (7,2%), cujas concentrações não sofreram grandes variações ao longo do armazenamento. |