Resumo |
A podridão branca, causada pelo fungo Sclerotium cepivorum, é uma das principais doenças das culturas do alho e da cebola em todo o mundo. Inicialmente, o objetivo deste projeto era avaliar o controle do patógeno por meio do uso de isolados de Trichoderma spp. e Bacillus spp. e do fungicida tebuconazole na cultura do alho em condições de campo. No entanto, embora dois experimentos tenham sido montados em São Gotardo (Fazenda Shimada) e em Rio Paranaíba (Coopadap), não foi possível considerar tais trabalhos para o relatório, pois na Fazenda Shimada todas as plantas morreram ao final do experimento, enquanto que na Coopadap não houve doença. Desta forma, o foco da pesquisa foi mudado para garantir o treinamento da bolsista e avançar cientificamente na busca para alternativas para o manejo da doença. Assim, avaliou-se o antagonismo de isolados de Bacillus spp. e Trichoderma spp. e a fungitoxicidade de extratos de plantas e óleos vegetais à S. cepivorum ‘in vitro’. No experimento I foi avaliado o antagonismo de Bacillus spp. e Trichoderma spp. a S. cepivorum por meio da técnica de confrontação direta e pela produção de metabólitos tóxicos em placas de Petri. Após a seleção dos isolados mais eficientes, testou-se a compatibilidade entre os antagonistas. No experimento II, a fungitoxicidade de extratos aquosos e etanólicos de plantas (arruda, mentrasto, citronela, alho, gengibre e açafrão), e de óleos essenciais (citronela, alecrim, nim e eucalipto citriodora) foi avaliada em relação ao crescimento micelial e germinação de escleródios de S. cepivorum em placa de Petri. Foram selecionados sete isolados de Bacillus spp. e cinco de Trichoderma spp. com efeito antagônico a S. cepivorum. Todos os antagonistas selecionados agiram por antibiose (produção de metabólitos tóxicos), com diferentes níveis de toxicidade ao patógeno. Alguns antagonistas não apresentaram compatibilidade entre si. Todos os extratos de plantas e óleos essenciais testados limitaram o crescimento micelial do patógeno. Os extratos aquosos de mentrasto e citronela na dose de 10.000 ppm inibiram o crescimento do patógeno em mais de 50%. Os quatro óleos essenciais inibiram o crescimento do patógeno entre 77 e 100%, na dose de 1.200 ppm. Em relação à inibição de germinação de escleródios, apenas os óleos essenciais apresentaram efeito inibitório na dose de 1.200 ppm com média de 5% de escleródios germinados. Os agentes de biocontrole (Bacillus spp. e Trichoderma spp.), os extratos de plantas e óleos essenciais apresentam potencial para o controle de S. cepivorum. |