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22 a 24 de outubro de 2013

Trabalho 1271

ISSN 2237-9045
Instituição Universidade Federal de Viçosa
Nível Graduação
Modalidade Pesquisa
Área de conhecimento Ciências Biológicas e da Saúde
Área temática Botânica
Setor Instituto de Ciências Biológicas e da Saúde
Conclusão de bolsa Não
Primeiro autor Vinícius Resende Bueno
Orientador RUBIA SANTOS FONSECA
Outros membros Bruna de Deus Cunha, Larissa Luisa Braga Xavier
Título Androdioicia temporal em Solanum lycocarpum A.St.-Hil. (Solanaceae) em Rio Paranaíba, Minas Gerais
Resumo O gênero Solanum compreende espécies hermafroditas (apenas flores hermafroditas), andromonóicas (flores hermafroditas e estaminadas em um mesmo indivíduo) e androdióicas (indivíduos com flores hermafroditas ou estaminadas). Estudos preliminares propõem que a andromonoicia e a androdioicia não estão relacionadas entre si e que ambas derivaram diretamente de espécies hermafroditas. Solanum lycocarpum é um arbusto andromonóico e autoincompatível, encontrado em áreas antropizadas no Cerrado e na Mata Atlântica. Objetivou-se conhecer os tipos florais e a sexualidade dos indivíduos de duas populações de S. lycocarpum em Rio Paranaíba-MG. Para tanto, em julho e agosto de 2013, foram analisados 50 indivíduos na população-1 (próxima à Biblioteca da UFV-CRP) e 50 na população-2 (próxima ao Parque de Exposições). Todos os indivíduos tiveram suas flores classificadas, de acordo a morfologia, quantificadas e mensuradas. Os dados foram submetidos a análises de variância e qui-quadrado. Foram encontrados três tipos florais: hermafroditas, intermediárias e estaminadas. Essas flores apresentaram comprimento do cálice, corola e anteras semelhante, com médias de 2,4 cm, 3,25 e 1,8, respectivamente. O comprimento do pistilo e o comprimento e a largura do ovário foram estatisticamente distintos entre os tipos florais (H=25,42, p<0,01; F=40,96, p<0,01; H=18,16, p<0,01, respectivamente). As médias para comprimento do pistilo e o comprimento e a largura do ovário nas flores hermafroditas foram de 2,71 cm, 0,41 e 0,38; nas flores intermediárias de 1,20, 0,29 e 0,25; e nas estaminadas de 0,61, 0,23, 0,21. As diferenças no comprimento do pistilo proporcionaram um estigma extrorso nas flores hermafroditas, isto é, acima do tubo e anteras, e introrso nas flores intermediárias e estaminadas, no interior do tubo de anteras e sem contato com os polinizadores. Dessa forma, as flores intermediárias foram funcionalmente estaminadas. Em relação á frequência dos tipos florais, na população-1 foram encontradas 501 flores; 88,82% estaminadas, 7,78% intermediárias e 3,39% hermafroditas; na população 2 foram encontradas 281 flores; 82,56% estaminadas, 10,68% intermediárias e 6,76% hermafroditas. Na população-1 os indivíduos apresentavam em média 8,9 flores estaminadas, 0,78 flores intermediárias e 0,34 hermafroditas. Na população-2 foram encontradas cerca de 4,64 estaminadas, 0,6 intermediárias e 0,38 hermafroditas por indivíduo. Essas médias foram semelhantes entre as populações (χ2=0,139, p=0,932). Em relação aos sistemas sexuais, na população-1, 82% dos indivíduos eram masculinos e 8% andromonóicos, na população-2, 74% eram masculinos, 18% andromonóicos e 8% hermafroditas; essas frequências foram semelhantes entre as populações (χ2=4,205, p=0,112). Esses resultados demonstram a presença de androdioicia temporal nessas populações, que apresentam indivíduos funcionalmente masculinos e hermafroditas. Este é o primeiro registro da expressão androdióica em espécie andromonóica.
Palavras-chave Andromonoicia, Biologia reprodutiva, Cerrado
Forma de apresentação..... Painel
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