Resumo |
A alimentação adequada do ponto de vista nutricional, sensorial e higiênico sanitário, constitui-se um dos direitos do cidadão. Tratando-se especificamente da adolescência que é uma fase caracterizada por intenso crescimento e desenvolvimento, com formação e consolidação de práticas alimentares, reforça-se o papel da escola na oferta de uma alimentação saudável para os mesmos. Assim, o presente estudo teve como objetivo avaliar o consumo e aceitação da merenda escolar por adolescentes da rede pública. Trata-se de um estudo transversal, realizado com 112 adolescentes, estudantes do ensino médio de uma escola pública de Rio Paranaíba-MG. Os adolescentes responderam a um questionário estruturado com questões sobre o consumo e aceitação da merenda oferecida na escola. As preparações investigadas foram arroz doce, galinhada, tutu de feijão, feijão tropeiro, macarronada, arroz colorido e salada de vegetais crus. A aceitação foi avaliada por meio da escala hedônica estruturada de 7 pontos, sendo: 1-detesto, 2-desgosto mais ou menos, 3-desgosto pouco, 4-tanto faz, 5-gosto pouco, 6-gosto mais ou menos e 7-adoro. Os dados obtidos foram analisados utilizando-se o teste de normalidade Kolmogorov Smirnov, procedido pelo teste de Mann Whitney e Kruskal-Wallis complementado pelo teste de Dunn’s, além do teste do Qui-quadrado, adotando-se p<0,005 como nível de significância. As análises foram realizadas no programa Sigma Statistic for Windows versão 2.03. Observou-se que 62,5% (n=70) dos adolescentes eram do sexo feminino. A idade variou de 14,5 e 18,3 anos, com média+DP de 16,3±0,84 anos. A maioria dos avaliados (59,8%, n=67) declarou consumir a merenda escola e destes, 17,9% (n=12) relataram repetir a merenda. Não houve associação entre o sexo e o consumo da merenda escolar (p=0,10). A média+DP de aceitação das preparações foi de 4,0+2,5 para o arroz doce; 6,2+1,5 para a galinhada, 5,8+1,9 para o tutu de feijão, 6,0+1,6 para o feijão tropeiro, 5,6+2,2 para a macarronada, 4,7+2,4 para o arroz colorido e 5,6+1,9 para salada de vegetais crus. Observou-se diferença significante da aceitação entre preparações (p<0,001), sendo que a aceitação da galinhada foi estatisticamente maior que a do arroz doce e a do arroz colorido; a aceitação do feijão tropeiro foi estatisticamente maior que a do arroz doce. Não houve diferença no grau de aceitação das preparações entre os sexos (p> 0,05). Quanto à opinião sobre a qualidade das preparações, 20,5% (n=23) classificaram como boa; 63,4% (n=71), como normal e 16,1% (n=14), como ruim. Diante do exposto, reforça-se a importância de maiores investimentos na qualidade da merenda escolar e na educação nutricional com os estudantes, visando melhoria no consumo e aceitação das preparações oferecidas na escola, bem como a promoção de hábitos alimentares saudáveis. |