Resumo |
A dengue é uma arbovirose com alta prevalência e representa um desafio à saúde pública no Brasil. Sua prevenção depende, além do combate direto ao vetor, de ações educativas que envolvam segmentos da população de diferentes faixas etárias. Com base nessa premissa, o projeto de extensão “Dengue não tem vez” foi realizado em Florestal-MG com estudantes do ensino fundamental, em parceria com o Pibid/Biologia da UFV, o setor de Zoonoses do município e a Escola Municipal Dercy Alves Ribeiro, no contexto do Programa Saúde na Escola. O objetivo deste trabalho foi promover a conscientização de crianças de 6 a 11 anos sobre a dengue, abordando seus sintomas, formas de transmissão, ciclo de vida do mosquito Aedes aegypti e medidas preventivas. As ações aconteceram ao longo de três dias, com atividades lúdicas e participativas que incentivaram o protagonismo estudantil. No primeiro dia, os estudantes participaram de uma peça teatral encenada por agentes de endemias, além da contação de história com enredos tematizado em um contexto de realidade tangível aos alunos. Após as apresentações, as crianças criaram seus próprios super-heróis da prevenção de forma relacionada a história contada. No segundo dia, realizaram uma caça gamificada aos criadouros contendo larvas reais inviabilizadas e participaram de oficinas científicas com observação das fases do desenvolvimento do mosquito no microscópio. No último dia, foram propostos jogos educativos e oficinas criativas. Aplicaram-se questionários antes e depois das atividades para avaliar o impacto da intervenção. Dentre os resultados observados no diagnóstico inicial se destacam a frequência de orientação sobre a dengue, em que 75% dos respondentes do questionário indicaram “Poucas vezes” e “Nunca”, apenas 15% dos alunos citaram os agentes de saúde como fonte de informação. Além disso, 31 dos 60 estudantes avaliaram seu conhecimento sobre o assunto como “sei muito pouco”. Após a intervenção, 92% compreenderam o tempo de desenvolvimento dos ovos, 89% reconheceram atitudes preventivas adequadas, 93% avaliaram as oficinas como ótimas ou muito boas e 87% relataram ter aprendido bastante ou muito sobre o tema. Os dados revelaram lacunas no conhecimento prévio dos estudantes, ressaltando a importância da escola como espaço estratégico para ações de educação em saúde. A metodologia lúdica e participativa mostrou-se eficaz para favorecer a aprendizagem significativa, estimulando a criatividade e a responsabilidade social dos alunos com a compreensão da saúde única e o impacto coletivo. Além disso, os conteúdos assimilados podem transcender o espaço escolar, impactando também os lares e o município. A experiência reforçou a integração entre universidade, escola e comunidade alinhando-se aos princípios da extensão universitária. |