Resumo |
O São Francisco é maior rio que nasce e deságua em território brasileiro. A sua origem é em Minas Gerais e a nascente simbólica encontra-se dentro do Parque Nacional da Serra da Canastra, no município de São Roque. Sendo uma importante reserva de cerrado, protegida há mais de meio século, é uma área de preservação no qual espera-se encontrar solos equilibrados e saudáveis. Quando bem manejado e conservado, o solo é capaz de estocar carbono sequestrado por meio da fotossíntese, mitigando o efeito estufa. Um problema recorrente dos solos cultivados no entorno do parque nacional é o processo de degradação, principalmente com diminuição de sua matéria orgânica e deterioração das suas propriedades químicas, físicas e biológicas. Considera-se que a preservação da matéria orgânica seja o passo inicial para recuperar a qualidade dos solos tropicais, seguida de seu incremento. Além de melhorar a fertilidade do solo, a matéria orgânica sequestrada previne o aumento da concentração de dióxido de carbono na atmosfera, reduzindo o processo de aquecimento global. Além de conhecer essa capacidade de sequestro de carbono dentro do parque, os resultados possibilitam comparações com outros sistemas de manejo e conservação no entorno. Nesse contexto, o presente trabalho objetivou determinar o sequestro de carbono nos solos da nascente simbólica do Parque Nacional da Serra da Canastra e verificar o efeito da persistente estiagem de 2014, com amostragens realizadas antes e depois da seca. Foram coletadas amostras de solos na profundidade de 0 a 20 cm, compostas por amostras simples, de mesmo volume, coletadas aleatoriamente, nos anos de 2014 e 2015. Os valores médios dos estoques de carbono, acompanhados de seus erros-padrão, foram de 18,74±0,46 e de 23,68±0,069 Mg/ha nos anos de 2014 e de 2015, respectivamente. Os resultados indicam que houve diferença significativa, possivelmente pelo acúmulo de biomassa (raízes e parte aérea) das plantas que pereceram com a prolongada e forte estiagem. Conclui-se que os estoques de carbono dentro do parque nacional são cerca de dez vezes superiores em relação aos solos do entorno usados na agropecuária. |