Resumo |
Os atuais sistemas de irrigação apresentam deficiências na eficiência de utilização da água, o que resulta em um elevado consumo desse recurso, com frequentes irrigações superestimadas. Nos últimos anos, a região onde se insere o Campus UFV-Florestal, vem sofrendo com os longos períodos de estiagem, conhecidos popularmente como veranicos. Os níveis de água em rios e lagos vem decaindo, apresentando um grande problema para os produtores rurais. Tornaram-se comuns problemas com escassez de água para irrigação de lavouras. Cada vez mais faz-se necessário a otimização para uso desse recurso, evitando perdas desnecessárias. Dessa forma a termometria por infravermelho é uma alternativa que pode ser adotada para determinar o volume e o momento mais apropriado para suplementação de água as culturas, resultando em uma melhor eficiência de aplicação. A termometria ao infravermelho monitora a temperatura das folhas, possibilitando estimar as condições hídricas da planta, antes do indício de estresse, informando ao produtor qual o melhor momento para proceder a irrigação. O tomate é a principal cultura irrigada produzida nas cidades próximas ao Campus, sendo cultivada principalmente em sistemas de agricultura familiar. Esta olerícola é responsável por um grande consumo de água, sendo bastante sensível a estresses por déficit de irrigação. Diante disso o presente trabalho objetivou avaliar, por meio de entrevistas aos produtores de tomate da região de Florestal - MG, a aceitação de um sensor de termometria ao infravermelho de baixo custo desenvolvido na UFV-Florestal, para auxilia-los no manejo da irrigação, bem como colher informações de como é feito o manejo e as dificuldades encontradas nos atuais sistemas de irrigação, produtividade alcançada e cultivares de tomates utilizadas em suas lavouras. Os resultados dessas entrevistas servirão de subsídio para ajustes de aplicabilidade do sensor de termometria ao infravermelho a campo, em lavouras de tomate. Foram entrevistados 12 produtores de tomate, em 3 cidades diferentes próximas ao Campus. Os resultados mostraram que aproximadamente 60% dos produtores de tomate entrevistados, já tiveram problemas com falta de água para irrigar seus cultivos. Os produtores apresentaram grande variação no tempo de irrigação para suas lavouras, devido a não utilização de uma ferramenta que os auxilie na determinação do tempo de irrigação. A produtividade atingida pelos produtores nos atuais manejos de irrigação variou entre 250 a 400 caixas por mil plantas de tomate. O tamanho das lavouras variou entre 10.000 e 70.000 mil plantas. Existiu grande variação com relação a cultivares de tomate utilizadas, sendo as principais do grupo salada, como Gladiador, Dominador e Forty. Todos os produtores mostraram interesse acerca da nova tecnologia que possa auxiliá-los no campo, de forma a otimizar seus sistemas atuais de irrigação de forma simples e automatizada. |