Resumo |
Os solos apresentam diferenças físicas, químicas e biológicas resultantes de sua pedogênese, assim, conhecer essas características é primordial para o adequado manejo do solo, visando minimizar impactos ambientais. O solo tem papel vital nessa questão, uma vez que constitui um importante reservatório de C-CO2 da atmosfera, com potencial de redução nos efeitos do aquecimento global, problema atual em nossa sociedade. A chave para que o solo não perca essa capacidade natural é o seu manejo, sobretudo nos sistemas agrícolas, que em suas práticas podem levar a excessiva explotação de recursos e a sua consequente perda de qualidade e capacidade de armazenar carbono. Dessa forma, parte-se da hipótese que conhecer o efeito que alterações no manejo do solo podem ter em suas propriedades é prioridade no contexto atual. Portanto, o objetivo desse trabalho é caracterizar os estoques de carbono e a fertilidade de três tipos de solo com cobertura de pastagem. Os solos são oriundos de assentamento rural no município de Betim/MG e foram coletados segundo metodologia de amostragem sistematizada, nas profundidades de 0-20 e 20-40 cm em agosto de 2014. Os pontos foram escolhidos com base na análise do mapa de solos da região, todos em sistema de manejo de pastagem com plantas do gênero Brachiaria. As análises químicas foram realizadas no Setor de Solos da Universidade Federal de Viçosa – Campus Florestal e a partir desses dados foram determinadas a fertilidade do solo e calculados os estoques de carbono. O experimento foi conduzido em delineamento inteiramente ao acaso, com duas repetições e três tratamentos (argissolo, gleissolo e latossolo) por profundidade amostrada. Os estoques de carbono foram submetidos a ANOVA e Teste Tukey a 5% de significância. Os resultados das propriedades da fertilidade do solo indicaram que em geral o Gleissolo apresentou os melhores valores, com classificações entre bom a muito bom, o argissolo entre médio a muito bom e o latossolo ficando entre baixo a médio. Os solos são ácidos, o gleissolo e o argissolo apresentaram valores nutricionais bons, no entanto o latossolo atestou sua pobreza em nutrientes, com valores de fertilidade considerados baixos. Em geral os valores das camadas de 0-20 cm foram superiores, com exceção do latossolo, onde os valores foram mais altos na camada de 20-40 cm. Houve diferença estatisticamente significativa nos estoques de carbono dos solos amostrados, sendo os maiores resultados apresentados na camada de 0-20 cm por gleissolo(a)>latossolo(b)>argissolo(c) e na camada de 20-40 cm por gleissolo(a)>argissolo(b)>latossolo(b), sendo que os solos acompanhados de mesma letra não diferem estatisticamente a 5% de significância. Em comparação com trabalhos no tema foi possível observar que os valores de estoque encontrados para sistema de manejo pastagem são similares ou até superiores. Conclui-se que as pastagens apresentam potencial positivo de armazenamento de carbono se manejadas adequadamente. |