| Resumo |
As cortinas atirantadas são compostas por paredes, comumente confeccionadas em concreto ou estaca prancha metálica, fixadas ao terreno por meio de ancoragens pré-tensionadas, obtendo desta forma uma estrutura rígida o suficiente para reduzir os deslocamentos da estrutura provocados pela ação do empuxo de terra. Nesse cenário, as cortinas atirantadas tornam-se instrumentos fundamentais para a mitigação dos riscos geotécnicos, sendo amplamente empregadas em obras subterrâneas, encostas urbanas e escavações profundas. No entanto, a norma técnica NBR 5629 (ABNT, 2018) não contempla os ensaios dinâmicos e não destrutivos, que proporcionam a verificação da capacidade de carga e desempenho dos tirantes, aspectos relacionados à inspeção e manutenção periódica das ancoragens. Este estudo analisa uma cortina atirantada utilizando um ensaio dinâmico não destrutivo, baseado na variação da impedância mecânica dos tirantes, aplicado a um estudo de caso, correspondendo a um trecho ferroviário no estado de Minas Gerais. O principal objetivo foi avaliar a aplicabilidade e as particularidades do método de ensaio dinâmico que consiste na aplicação de um golpe de martelo na cabeça do tirante gerando uma onda mecânica que percorre todo o comprimento da ancoragem para identificar a integridade estrutural dos tirantes, incluindo seus comprimentos livres, totais e ancorados, bem como suas cargas de trabalho atuais. Em conformidade com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU) e com os princípios de infraestrutura resiliente que os países membros devem alcançar até 2030, o método contribui diretamente para o ODS 9 — Indústria, Inovação e Infraestrutura, o ODS 11 — Cidades e Comunidades Sustentáveis, e o ODS 17 — Parcerias e Meios de Implementação. A cortina atirantada analisada é composta por 32 tirantes protendidos, dos quais 16 foram submetidos ao ensaio dinâmico. Os valores mínimo e máximo da rigidez dinâmica dos tirantes variaram entre 2,43E8 N/m e 12,72E8 N/m, respectivamente, enquanto as cargas de trabalho reais foram de 33,05 kN e 121,36 kN. Os resultados indicaram que a rigidez dinâmica dos tirantes apresentou variações ao longo da cortina, evidenciando uma distribuição não uniforme das forças. O método demonstrou-se prático tanto na execução quanto na análise dos resultados, consolidando-se como uma ferramenta eficiente e não destrutiva para avaliação estrutural. No entanto, o estudo ressalta que, apesar da simplicidade geral do procedimento, é fundamental contar com experiência técnica para interpretar corretamente etapas específicas do processo, sobretudo em situações que envolvem comportamentos estruturais mais complexos e trabalho em altura. |