| Resumo |
No Brasil, a caprinocultura está presente em todas as regiões do país e tem contribuído para o desenvolvimento econômico e subsistência de diversos criadores. Essa atividade, frequentemente inserida no contexto da agricultura familiar, é explorada tanto para fins comerciais quanto de subsistência. No entanto, apesar de seu caráter tradicional e crescente, a caprinocultura enfrenta diversos desafios que afetam o desempenho produtivo e lucratividade. Entre esses fatores, destaca-se a sanidade do rebanho, fundamental para garantir uma produção animal eficiente e sustentável. A ausência de condições sanitárias adequadas pode, inclusive, inviabilizar a atividade. Dentre os principais entraves sanitários da caprinocultura brasileira, as parasitoses representam um dos maiores desafios, encontrados pelos produtores para que a produção atinja o seu potencial máximo, principalmente pelos helmintos e protozoários do gênero Eimeria. Os endoparasitas gastrintestinais de maior relevância na ovinocultura pertencem aos gêneros Haemonchus, Trichostrongylus, Cooperia, Eimeria e Strongylus. Diante disso, o objetivo desse trabalho foi avaliar a prevalência de verminose e eimeriose, bem como testar a atividade in vitro a ação da aroeira (Schinus terebinthifolius Raddi) sobre os ovos de helmintos e oocistos de Eimeria obtidos em caprinos leiteiros. O estudo foi conduzido em propriedades do município de São Domingos do Prata e aprovado pela Comissão de Ética no Uso de Animais do Centro Universitário de Viçosa (CEUA/UNIVIÇOSA), sob nº 030-2022-II. Foram avaliados 41 caprinos provenientes de quatro propriedades. A coleta de fezes foi realizada diretamente na ampola retal dos animais no período da tarde e enviadas em caixa isotérmica com gelo (8ºC) ao laboratório de pesquisa. Para identificar e quantificar a estimativa de helmintos e gastrintestinais e Eimeria sp., foi utilizada a técnica de contagem de ovos por grama de fezes (OPG). Os resultados indicaram que 26 animais (63%) estavam infectados por nematódeos da superfamília Trichostrongyloidea, 7 animais (17%) por Eimeria sp., 5 animais (12%) por Dictyocaulus, e 4 animais (9,7%) por Moniezia, do total de 41 animais. Para a preparação dos extratos, as partes da planta foram secas, trituradas e armazenadas. Os extratos foram obtidos com dois solventes, diclorometano e hexano, resultando em duas frações: Fração Hexano da Casca (FHC2), com rendimento de 11,26 g, e Fração Diclorometano da Casca (FDC2), com rendimento de 30,7 g. Alíquotas contendo 1500 ovos de helmintos e 1500 oocistos de Eimeria foram incubadas em diferentes concentrações dos extratos. A FDC2 (bruta) apresentou média de inibição de 97,25%, sendo mais eficaz que a FHC2, que apresentou inibição média de 72,76%. Assim, conclui-se que os extratos de aroeira, especialmente a fração diclorometano da casca, apresentam atividade antiparasitária promissora in vitro, sendo uma alternativa potencial para o controle de endoparasitoses na caprinocultura. |