| Outros membros |
Camila da Costa Silva Paula, Estefani Rodrigues da Silva, Gabriel de Souza Spinola, Henrique Barbosa da Silva, Ian Monteiro Rangel, João Vítor Leitão de Campos, Jucele de Freitas Castro, Sarah Reis Morais de Melo |
| Resumo |
Os fungos exercem um papel fundamental na natureza e na sociedade, sendo indispensáveis para a reciclagem de matéria orgânica, a produção de alimentos, medicamentos e enzimas. Apesar disso, o reino Fungi segue entre os menos abordados no ensino básico. Visando mudar esse panorama, foi realizada a ação de extensão “Aproveitamento de resíduos para produção de cogumelos comestíveis como proposta de ensino de Ciências da Natureza para estudantes do ensino fundamental e médio”, envolvendo 78 alunos do 2° e 3° ano do ensino médio da Escola Estadual Professor Samuel João de Deus, localizada no município de Paula Cândido-MG. A iniciativa teve como propósito enriquecer o ensino de microbiologia utilizando o cultivo de cogumelos como ferramenta didática para combater desinformações a respeito dos fungos, aproximar os estudantes do reino Fungi e promover a compreensão dessa produção sustentável. A proposta consistiu em um curso de produção de cogumelos, dividido em duas etapas: uma aula teórica, com uma abordagem interativa, baseada em uma narrativa envolvente e repleta de curiosidades, seguida por uma parte prática, na qual os estudantes inocularam 34 blocos de cultivo, feitos de bagaço de cana-de-açúcar picado, tratado por imersão em água com 2% de hidróxido de cálcio (cal) por 16 horas, para controle de contaminações, e posteriormente seco em centrífuga (tanquinho) até atingir umidade adequada. Os alunos inocularam as sacolas contendo o substrato utilizando “semente” (spawn) de duas espécies de fungos produtores de cogumelos comestíveis: 14 blocos de Pleurotus djamor (cogumelo Salmão) e 20 de Pleurotus ostreatus var. flórida (cogumelo ostra cinza). Após a inoculação, os alunos foram responsáveis por monitorar o desenvolvimento dos blocos, borrifando água periodicamente, observando a colonização do substrato pelo micélio e possíveis contaminações. Dos 34 blocos, 3 contaminaram e foram descartados, totalizando em 91% de aproveitamento. Após o fim do cultivo, com a frutificação e colheita, os estudantes tiveram a oportunidade de fazer uma refeição coletiva com os cogumelos que eles produziram. Isso ganha ainda mais relevância considerando que apenas 2 dos 78 estudantes haviam consumido cogumelos frescos antes do curso, enquanto 43 nunca haviam provado nenhum tipo de cogumelo, mas demonstraram interesse em experimentar. A ação contribuiu para ampliar o conhecimento dos estudantes sobre os fungos e mostrou como o cultivo de cogumelos pode ser uma ferramenta eficaz no ensino de Ciências. Além de incentivar o protagonismo estudantil, a experiência fortaleceu o interesse dos alunos pela ciência, microbiologia e valorizou saberes que normalmente ficam à margem do currículo escolar evidenciando o potencial transformador das ações extensionistas no ambiente educacional. Agradecimentos a CAPES, FAPEMIG, CNPq e a Escola Estadual Professor Samuel João de Deus. |