| Resumo |
Recentemente na Zona da Mata de Minas Gerais tem-se observado um crescente interesse pelo cultivo de uvas, embora desafi os como a escassez de mão de obra e o relevo ainda limitem a expansão da cultura. Neste contexto, a viticultura em áreas de terraceamento em regiões montanhosas tem ganhado destaque, impulsionada por inovações tecnológicas, pela necessidade da mecanização e pelo foco em práticas sustentáveis de produção. Diante do exposto, o presente estudo teve como objetivo avaliar a qualidade física do solo de áreas montanhosas cultivadas com videiras em terraços de bancada na região mineira indicada. Videiras cultivadas em dois sistemas de manejo foram avaliadas, tanto na forma indicada para a mecanização (RL: rua larga) como para as práticas realizadas de forma tradicional e não mecanizada (RE: rua estreita). Em esquema fatorial 2 x 2, que considerou os dois sistemas de manejo mencionados e duas posições (linhas e entrelinhas da cultura) foram coletadas amostras indeformadas de solo destinadas à avaliação da condutividade hidráulica em meio saturado (CH) e da porosidade total (PT). As coletas foram efetuadas no centro da camada de 0 a 10 cm de profundidade, com quatro repetições para CH e nove repetições para PT. Os dados obtidos foram submetidos à análise de variância e as médias comparadas pelo teste Tukey (p<0,10). Os resultados não indicaram efeitos dos tratamentos sobre as variáveis avaliadas, indicando que nem a forma de manejo e nem a posição de coleta das amostras infl uenciou os valores de CH e PT, que apresentaram valores médios de 0,0043 cm/h e 0,492 cm³/cm³. A ausência de efeitos sobre essas duas variáveis associadas à qualidade física do solo pode ser associada ao pouco tempo do estabelecimento dos terraços, que foram construídos em 2021, sendo a primeira colheita das uvas realizada no ano seguinte. De todos os modos, indicam que, ao menos no intervalo de tempo considerado, as práticas de mecanização até então adotadas não prejudicaram a estrutura do solo, sugerindo o potencial desta forma de condução da lavoura como alternativa interessante para a intensificação do processo produtivo e para o enfrentamento da escassez de mão de obra no campo. |