| Resumo |
Anomalias climáticas como secas, enchentes e incêndios têm se tornado mais frequentes em todo o mundo, afetando diretamente a produtividade de florestas plantadas. A deficiência hídrica pode causar embolia no xilema, interrompendo o transporte de água e nutrientes, levando à falha hidráulica. Diante da lentidão dos ciclos do melhoramento genético, a caracterização da vulnerabilidade do xilema em mudas de Eucalyptus. surge como alternativa eficiente para antecipar o desempenho de genótipos frente ao estresse hídrico, reduzindo o tempo necessário para seleção de materiais mais adaptados. Os ensaios foram conduzidos com um unico genótipo e 3 mudas selecionadas pelo índice de Dickson, previamente hidratadas por 12 horas para garantir turgidez máxima e equilíbrio hídrico entre folha e caule. Em seguida, foi realizada a curva de vulnerabilidade do xilema pelo método pneumático, automatizado com o Pneumatron. Para garantir vedação, os caules foram selados com fita veda rosca e impermeabilizados com cola PVA, permitindo o fluxo de ar apenas pelos estômatos. O Pneumatron realizou medições a cada 15 minutos por sensores de pressão em câmara de vácuo, gerando curvas sigmoides de embolia durante a desidratação. Paralelamente, o potencial hídrico foi monitorado com bomba de pressão tipo Scholander. As folhas analisadas foram submetidas a abdução foliar uma hora antes da medição com o intuito de equilibrar a pressão hídrica do caule e da folha alvo. As análises foram realizadas a cada 2 horas nas primeiras 4 horas e a cada 4 horas nas 8 horas subsequentes ao longo do intervalo de 12 horas, tempo estimado para embolia completa. Os dados de potencial hídrico foram integrados à curva de descarga de ar, permitindo converter o tempo em pressão hídrica e gerar a curva de vulnerabilidade do xilema. Os ensaios foram realizados com 3 materiais diferentes do mesmo genótipo, fornecendo dados sobre a dinâmica da embolia e da evolução da pressão hídrica ao longo da desidratação. Com as informações cruzadas, os gráficos de vulnerabilidade foram construídos com regressões logísticas estabelecendo os pontos de interesse; p12, p50 e p88, representando a percentagem de embolia no xilema (12%, 50% e 88%) e sua pressão hídrica no respectivo momento. Os materiais apresentaram curvas de vulnerabilidade únicas; os p12, p50 e p88 de cada muda foram, respectivamente em MPa: -3.29, -3.51 e -3.74, para a de maior vulnerabilidade, e -2.43, -3.16 e -3.88, para o material vegetal de média vulnerabilidade, e com -2.87, -3.75 e -4.62 para a muda mais tolerante. Contudo, os ensaios ainda podem ser cruzados com dados anatômicos (em processamento), como densidade de vasos, diâmetro do lume, espessura de parede celular e comprimento dos elementos de vaso, para validar os resultados obtidos com o embasamento anatômico e com as produtividades respectivas do teste de progênies por sítio. |