| Resumo |
O volume máximo de oxigênio consumido durante um exercício (VO₂máx), é um importante indicador do condicionamento cardiorrespiratório. Valores elevados de VO₂máx estão associados a qualidade de vida, longevidade e menor risco de doenças cardiovasculares e metabólicas. Embora o envelhecimento naturalmente reduza o VO₂máx, a prática regular de exercícios físicos pode atenuar essa queda, contribuindo para a manutenção da independência funcional ao longo da vida. Partindo dessa premissa, este trabalho teve por objetivo analisar a capacidade cardiorrespiratória de pessoas de meia e terceira idade, praticantes de exercício multicomponente do Projeto de Extensão Saúde e Vida UFV. Este estudo de caráter quantitativo, realizou uma avaliação da atual condição cardiorrespiratória de 26 alunos, com idades entre 50 e 87 anos. A amostra foi composta por 3 homens e 23 mulheres, com média de idade de 68,16 anos. Para estimar o VO₂máx, foi utilizado o teste de Cooper (1982) de andar/correr por 12 minutos, de forma sustentada e sem interrupção, na pista de atletismo do Departamento de Educação Física, utilizando o esfigmomanômetro, estetoscópio, cronômetro e escala de Percepção Subjetiva de Esforço. Os indicadores utilizados para análise foram distância total percorrida, idade, sexo, a tabela de Capacidade aeróbica de Cooper e a fórmula VO₂máx = (Dist. percorrida (metros) - 504,9) / 44,73 = VO₂ em ml 1/(kg.min). A distância média percorrida foi cerca de 1.242 metros, com VO₂máx médio de 16,62 ml/kg/min. Com os resultados obtidos, observa-se que o nível de capacidade aeróbica dos participantes está significativamente abaixo da média. Aproximadamente 50% foram classificados como “Muito Fraca”, incluindo dois homens; 38% se enquadram na categoria “Fraca”, sendo que o último homem pertence a essa classificação; e 12% alcançaram os níveis “Média” ou “Boa”. Vale destacar que apenas uma pessoa, entre os 26 avaliados, entrou na classificação “Boa”, um dado preocupante, considerando que diversos estudos apontam a importância da capacidade aeróbica adequada para a saúde geral, o que implica no bem estar e qualidade de vida, principalmente dentro da faixa etária em que o estudo foi realizado. Os resultados evidenciam um baixo nível de capacidade cardiorrespiratória entre os participantes de meia e terceira idade do Projeto de Extensão Saúde e Vida UFV, com a maioria nas classificações “Muito Fraca” e “Fraca”, segundo o teste de Cooper. Essa condição representa um fator de risco relevante para saúde e autonomia funcional dessa população, especialmente considerando os benefícios amplamente comprovados de um VO₂máx adequado na prevenção de doenças crônicas e cardiometabólicas, e na promoção do envelhecimento saudável. Os dados reforçam a necessidade de estratégias de intervenção mais eficazes e individualizadas dentro do programa, visando a melhoria progressiva da aptidão cardiorrespiratória, através de exercícios físicos multicomponentes e aeróbicos. |