| Resumo |
A dinâmica das árvores mortas em pé, conhecidas como snags, tem ganhado crescente relevância no estudo dos ecossistemas florestais, especialmente no que diz respeito ao ciclo do carbono. As snags representam uma parte significativa da necromassa florestal, armazenando temporariamente o carbono das árvores mortas, que posteriormente é liberado na atmosfera pela decomposição da madeira. A análise da dinâmica do carbono estocado é essencial para o aprimoramento das práticas de manejo, especialmente diante dos desafios das mudanças climáticas e da necessidade de conservação dos recursos naturais. Neste sentido, o objetivo do estudo foi avaliar a dinâmica do estoque de carbono nas árvores mortas em pé em uma Floresta Estacional Semidecidual, entre os anos de 2023 e 2024. O estudo foi conduzido em um fragmento florestal, denominado Mata da Silvicultura, na Universidade Federal de Viçosa, em Minas Gerais. O fragmento tem uma área de 17 ha, onde foram instaladas 10 parcelas permanentes de 20m x 50m. Todas as snags com DAP ≥ 5 cm foram inventariadas com auxílio de uma fita métrica e um Vertex Digital para obtenção da circunferência à altura do peito (CAP) e da altura total, respectivamente. O volume foi estimado utilizando equação ajustada por Amaro (2010). A necromassa e o estoque de carbono foram obtidos por meio da média dos valores de densidade aparente e teor de carbono dos resíduos lenhosos grosseiros (CWDs) encontrados por Villanova et al. (2023). O incremento de carbono foi obtido pela diferença no estoque entre os inventários de 2023 e 2024. O volume foi reduzido de 9,869 m3 ha-1 para 9,162 m3 ha-1, entre os anos de 2023 e 2024. A necromassa também apresentou redução de 4,748 Mg ha-1 para 4,408 Mg ha-1. O estoque de carbono teve uma diminuição mais suave, de 2,337 MgC ha-1 para 2,170 MgC ha-1, resultando em um incremento negativo de carbono de -0,167 MgC ha-1 ano-1. A redução do carbono estocado nos snags pode estar relacionada a uma diminuição na mortalidade de árvores vivas ou devido à transição dos snags para o solo. Assim, fica evidente a importância de se considerar os diferentes compartimentos da necromassa na avaliação da dinâmica do estoque de carbono das florestas, sendo fundamental para aprimorar estratégias de manejo florestal que garantam sua conservação a longo prazo. |